Quando
crianças, nossas mães nos ensinam que ao recebermos algo de outrem,
devemos sempre dizer: Muito obrigado!
No
decorrer da vida, este conceito se amplia, mediante as situações
vividas e empregamos o 'muito obrigado' em tantas outras situações
que a vida nos confronta e vemos a importância de sermos gratos não
só pelo que nos é concedido, mas também, pelo que nos acontece de
bom e de ruim.
Segundo
o dicionário Aurélio, Gratidão significa: ' s.f. 1. Qualidade de
quem é grato. 2. Reconhecimento por um benefício recebido;
agradecimento, reconhecimento.' Dentro da Psicologia, apenas quando
desenvolvemos a capacidade de ter gratidão conseguimos estabelecer
troca de amor nas relações. Porque gratidão é capacidade de
reconhecer que alguém nos deu algo generosamente.
Agradecemos
aquilo que consideramos positivo e a nosso favor, e que, realmente,
nos beneficiou de alguma forma objetiva. Quando não conseguimos o
que queremos maldizemos a sorte ou a pessoa que não nos quis dar o
que requisitamos. Quanta lamúria e quanta culpa jogada nos ombros
dos outros ou das situações!
Esquecemo-nos
que estamos no caminho do crescimento e da evolução. Esquecemos que
viver dá trabalho. Esquecemos que “virar gente grande” exige-nos
auto-responsabilidade e que tomemos para nós a direção da nossa
própria vida.
Quando
alguém consegue o que “pediu” vai lá “agradecer” a Deus; se
não consegue, lá vai a pessoa se lamuriar e pedir de novo. Deus não
tem nada a ver com os equívocos e mal entendidos que fazemos aqui na
Terra.
Deus
nos deu livre arbítrio,ou seja, que temos liberdade de escolha. Ter
liberdade de escolha significa pagar o preço pelas escolhas que
fazemos; significa assumir as consequências de toda e qualquer
atitude que tomemos. E para que usemos sabiamente o nosso livre
arbítrio devemos, antes de mais nada, ter gratidão no coração.
Devemos,
primeiramente, agradecer a Deus por nos ter dado a Vida e seu Sopro
Divino que nos dá a inteligência – o que nos distingue dos outros
seres vivos.
Todo
ser vivo tem a inteligência que leva à perpetuação da espécie,
mas nós, seres humanos, somos o único ser vivo que consegue dar
significado para a própria vida, o que nos leva à evolução, que
vai além da simples adaptação ambiental e subsistência.
Ter
a inteligência que nos faz distinguir situações e dar-lhes
significados permite-nos fazer escolhas – se queremos ou não viver
tais situações. Isto é livre arbítrio.
Devemos
agradecer aos nossos pais terrenos, que nos deram seus genes, nos
geraram e cuidaram de nós para que sobrevivêssemos no início de
nossa existência. Pois, é bem sabido que se não houvesse alguém
nos amando não sobreviveríamos vinte e quatro horas! Alguém nos
amou, nos protegeu e cuidou da nossa sobrevivência logo que ao
nascer. Então, devemos ser gratos a essa ou essas pessoas.
Devemos
ser gratos às pessoas que no decorrer de nossa vida nos deram seu
amor, sua amizade e que, de alguma forma, apostaram em nós.
Devemos
ser gratos àquelas pessoas que perderam seu tempo nos ensinando
alguma coisa – qualquer coisa – que nos foi útil dentro do nosso
processo de desenvolvimento, só porque gostavam de nós.
Até
aqui é fácil tornarmo-nos gratos e agradecer do fundo do coração
a ajuda, orientação ou o amor recebido. Porém, o benefício
recebido nem sempre vem de acordo com que nosso ego deseja!
Entretanto,
também devemos ser gratos quando não recebemos a ajuda que
precisamos, o que nos levou a lutar com grande dificuldade – muitas
vezes, sozinhos – nos desdobrando em muitos... até conseguir o que
queríamos. Nesta situação buscamos forças, só Deus sabe de onde,
mas, conseguimos! E, acabamos por nos descobrir criativos, fortes e
corajosos – qualidades que nem imaginávamos que tivéssemos.
Devemos
ser gratos àqueles que não só não apostaram em nós, como também
mostravam com escárnio ou desdém (às vezes, implícito) o
descrédito sobre a nossa capacidade ou sobre a nossa pessoa.
Isto
exigiu sempre uma força interior tremenda e uma crença gigantesca
em nós mesmos; e apesar de ter momentos em que fraquejávamos –
mas, só por um momento – para em seguida, nos levantar e seguir em
frente, pois buscávamos a fé sobre nós – que tanto precisávamos
– em nós próprios.
E
acabamos assim por descobrir que nós estávamos certos sobre nossos
sonhos e projetos.
Eu
sempre digo que passar por uma situação difícil qualquer não é
para que simplesmente soframos, mas sim para que a resolvamos; para
isto temos que buscar recursos internos – às vezes esquecidos, às
vezes, até mesmo, desconhecidos de nós próprios – e usá-los
para enfrentar e resolver tal situação.
Os
erros que cometemos ou as situações difíceis em nossa vida são
possibilidades de ajustar as coordenadas para que possamos ir
redirecionando o caminho que percorremos até que possamos alcançar
nossas metas de vida.
Por
isto, ter gratidão no coração é saber olhar a vida – sempre –
como possibilidade de crescimento e evolução e agradecer à vida
como tal. Nem sempre a oportunidade de crescimento e evolução vem
fácil, facilitada. Muitas vezes somos testados! Então, precisamos
buscar nossas forças, lá no fundo da nossa essência (onde está a
centelha divina!) e apostar que somos maiores que aquela situação
que se nos apresenta. Se a situação está difícil devemos ter
claro para nós mesmos que somos maiores e que temos força interior
suficiente – e muito mais – para superá-la.
E
ter gratidão no coração é saber receber o que a vida nos dá,
seja bom ou ruim.
O
que é bom devemos nos dar ao direito de usufruir e o que é ruim
devemos buscar dentro de nós a capacidade de transformá-lo.
Assim,
devemos ter gratidão no coração, pois tudo, seja bom ou ruim, está
a serviço do nosso crescimento e desenvolvimento como indivíduos,
proporcionando expansão e ampliação de consciência sobre quem
somos. A gratidão consciente nos leva a evolução espiritual e um
melhor convívio entre nossos semelhantes! Portanto, reconheça e
agradeça a Deus por tudo que lhe acontece, mesmo que possa lhe
parecer ruim.Encare como uma forma de aprendermos uma lição que nos
será benéfica num determinado momento da vida! Olorum nos abençoe,
sempre! Até a próxima postagem!
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