sábado, 29 de dezembro de 2012

2013 com OGUM a frente dos Caminhos! Ogum iê!


Ogum poderoso do mundo

O próximo a Deus

Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue

Aquele que tem roupa em casa

Mas prefere se cobrir de mariô

Poderoso do mundo

Eu o saúdo

Que eu não depare com sua ira

Eu saúdo Ogun

Eu o saúdo, aquele que tem água em casa, mas prefere banho de sangue

Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranquilidade

Axé”

O jogo de Ifá mostra que 2013 será regido por Ogum, o glorioso guerreiro, que sempre nos socorre em nossos momentos de aflição. Aquele que nos ampara em nossas demandas do dia a dia, nos socorrendo quando forças estranhas tentam de todas as formas nos afastarem dos caminhos que traçamos para que possamos nos aproximar de Deus e de nossos Orixás, em busca do aperfeiçoamento de nosso espírito.

Sincretizado como São Jorge tem algumas particularidades com o Santo católico, e a maior delas, é justamente a batalha, pois a exemplo de Jorge que sempre amparava os Cristãos em sua luta contra os “pagãos”, Ogum sempre amparou os povos africanos em suas guerras tribais.

Atualmente, Ele nos ampara labor diário, fortalecendo nos para trabalhar, nos auxiliando em busca do progresso, nos dando forças para superar as agruras da vida, e assim por diante.

2013 será regido por Ele, e vem auxiliado por Oyá, que será sua companheira por todo o ano, e vem ainda com Obaluayê e Oxum Marê.

Obaluayê, traz para nós a promessa de cura para muitas doenças que até então tidas como incuráveis, independente do esforço da medicina para diminuir o sofrimento daqueles que convalescem em seus leitos, também, traz com este Orixá, o desvendar de muitos mistérios da humanidade.

Oxum Marê nos traz caminhos de riqueza, de prosperidade, de transformação. Afinal Oxum Marê é o arco íris, é aquele que leva água para o céu para que Olorúm e os Orixás possam beber. Traz ainda Oxum Marê a promessa de uma vida melhor para nós do Santo que fizermos por merecer.

Porém, com Oyá, Ogum traz a justiça implacável acima de todas as coisas. Chegou o momento de todos nós acertarmos as contas que devemos. Oyá tanto é guerreira, como é a Senhora da justiça e juntamente com Ogum, vem pedindo para o povo de Santo, não temer as perseguições que vimos sofrendo, pois a justiça se aproxima e novos tempos se aproximam.

Independente da religião, temos que nos lembrar de que: “com a mesma força que julgarmos nosso semelhante, assim Deus nos julgará”. E nossos Orixás, nada mais são que a manifestação da Justiça Divina, desta Lei que se aplica a todos nós.

Ogum ainda nos promete um ano de fartura, de boa colheita, contradizendo assim, aqueles que professam fome, miséria e outras coisas mais. Como Senhor do ferro e do aço, sabemos que foi Ele quem inventou as ferramentas agrícolas e ensinou o homem a arar a terra, para assim tirar dela seu sustento.

Agora, neste ano em que irá governar nosso mundo, ele nos traz a promessa de mesa farta, de boa colheita e de sorte nos negócios e trabalhos. Temos, pois, um bom ano para iniciarmos novos projetos, para darmos rumo novo em nossas vidas, porém temos que nos ater ao merecimento individual, e nos lembrar de que nada teremos se nada merecermos.

E que este julgamento compete a Deus e seus Orixás e não aos zeladores de santo. Logo, se não conseguir alcançar o que deseja, faça uma reflexão de sua vida no ano que passou e reveja sua postura dentro do Santo.

Devemos entrar o ano vestindo as cores de Ogum, de Oxalá ou de Yemanjá, e se possível entregar oferendas a Yemanjá e Oxalá pedindo que seu filho Ogum, nos enxergue com bons olhos e que este Glorioso Guerreiro, nos traga sua prosperidade.

E a você , caro leitor internauta, fica aqui registrado o meu agradecimento por mais um ano de sua atenção aos textos postados neste blog, nosso instrumento de comunicação, onde contribuimos mutuamente para o nosso crescimento espiritual e o desejo de um 2013 promissor e cheio de realizações! Que Olorum renove nossas energias para vencermos os obstáculos que se colocarem a nossa frente! Grande Abraço! Até a próxima postagem!


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Inveja,Olho Gordo e Mau olhado!

Somos energia e como tal, o Mau olhado, a inveja e o olho gordo podem nos afetar, como as plantas e os animais também podem ficar enfraquecidos por essas pragas espirituais.

Os olhos são órgãos sagrados, capazes de potencializar energias e intensificar o poder dos pensamentos e a vibração do espírito. Emitem assim energias positivas que curam quando as pessoas tem uma mediunidade desenvolvida e energias negativas como olho gordo, o mau olhado para aqueles de espírito vulgar, que querem ver definhar o que está florescendo.

O “olho gordo” é a canalização, através dos olhos de alguém muito sensível capaz de emitir energias destrutivas, através de uma energia interna gerada pelo desejo de possuir o que é dos outros, pela inveja.

Não há como não associar a inveja ao mau olhado e ao olho gordo, pois são suas irmãs, sua consequência imediata.

Quando uma pessoa sente que não pode ter algo, seja alcançar um grau espiritual, uma certa riqueza material, a felicidade no amor que só o outro tem, a inveja começa a corroer a sua alma.

O espírito do invejoso lança olhares de maldade, pelo olho que tudo vê, pela terceira visão (mau olhado) e começa a desejar que aquilo que está vendo definhe (olho gordo), tudo movido pelo mesmo veneno chamado inveja.

Mau olhado e olho gordo são pragas espirituais que aprendemos a combater logo nos primeiros anos de iniciados no candomblé.

Para os leigos, pode consumir muita energia e esforço para se livrar desses fenômenos que minam nossa energia e nos fazem sentir cansados depois de uma longa noite de sono.Pode fazer aparecer repentinamente um peso nos ombros como se estivéssemos carregando o mundo as nossas costas. Bocejos intermináveis surgem do nada. Então, por causa do mau olhado e olho gordo até acidentes com muitas perdas, ruína financeira ou a separação sem explicação de um amor que era perfeito e transforma-se em uma tempestade feroz pelo olho gordo de alguém.

A inveja é a arma dos incompetentes, está presente em nosso cotidiano, nos rondando e não depende da crença para existir. Ser alvo de inveja ou cobiça nos incomoda muito e algumas vezes até nos faz sentir culpa por nossas conquistas.

Sempre haverá com alguém com inveja do seu carisma, do seu trabalho, de seus amigos e até dos seus bens. É um dos piores sentimentos do comportamento humano.

A pessoa invejosa tem aquela vontade frustrada de querer algo que você possui e que ela não tem ou até mesmo querer que você não tenha nada daquilo que possui.

Quando o invejoso se depara com alguém admirável, seu primeiro impulso é denegrir a imagem daquela pessoa, pois ele não suporta a ideia de que o invejado foi mais agraciado que ele. Ele está sempre preocupado com a vida alheia do que com a sua e não desfruta o que a vida lhe oferece.

A Inveja e a Cobiça são sentimentos bem semelhantes, no dicionário do Aurélio, a inveja é o desgosto ou o pesar pelo bem ou a felicidade de outrem; desprezar diante do bem de alguém, é o desejo violento de possuir o bem alheio. E a cobiça é o desejo sôfrego, veemente, de possuir bens materiais; é avidez, é cupidez, é ambição desmedida de riqueza.

A inveja é um dos sentimentos mais destrutivos que existem e é um dos mais perigosos pecados capitais, é a tristeza frente ao sucesso do outro. Na verdade, esse sentimento é mais nocivo para quem sente, do que a quem é invejado, é uma enfermidade da alma.

Sentimento torpe e difícil de ser eliminado e que não deixa de ser um vício. A inveja é originada pelo medo, insegurança, orgulho e egoísmo.

Existe a inveja autodestrutiva que é a mais nociva e a criativa, que é a mais moderada, a que encara o outro como um exemplo a ser seguido. Não que a inveja seja algo positivo, mas ela também pode ter o seu lado bom, como uma fonte de motivação onde surge um processo de superação dando estímulo para que a pessoa trabalhe com as suas potencialidades.

Esse sentimento mesquinho destruidor da paz tem um efeito devastador. O invejoso pensa: “já que não tenho o que o outro tem, então vou destruí-lo”. A inveja é a mãe do ódio, que causa a alegria com a desgraça do próximo.

Desarmar-se um invejoso elogiando-o, é uma atitude simples e eficiente, comentando sobre seus pontos fortes, assim você estará neutralizando a pessoa invejosa.

Quando falamos em inveja, sempre mencionamos o fato de estar sendo invejado, o invejoso é sempre o outro, mas e quando a situação se inverte torna-se delicada, pois é um grande desafio eliminá-la. É difícil admitir que sentimos inveja, é algo que camuflamos debaixo de sete chaves, mas quando admitimos, sem culpa, é mais fácil de gerenciá-la. É bom observarmos em nós esse tipo de sentimento para não praticarmos inconscientemente ou conscientemente atos hostis.

Alerte-se quando a felicidade do outro causar desconforto, tristeza ou raiva, porque esses sentimentos vão sendo instalados em nós de forma gradativa. Não é bom compararmos obsessivamente a nossa vida com as conquistas e sucessos dos outros. Temos que crer em nosso potencial, nas nossas virtudes. Logo, seja você mesmo! O nosso autoconhecimento ainda é a melhor arma.

O invejoso sente-se inferiorizado mediante a vitória ou conquista do outro, não suportando as diferenças.

Para os invejosos, não se deixe contaminar por energias de baixa vibração, pode até espelhar-se nos melhores, mas não supervalorizando-os demais. Bom mesmo é focar-se nos seus próprios objetivos e desejos, desapegando-se da ilusão que o ego impõe. Supere-se! Lembre-se sempre de que “Nós existimos não para sermos melhores que os outros, mas para sermos melhores que nós mesmos”.

Mau olhado é o que acontece quando olhamos com inveja, julgamento e ódio para o que outra pessoa possui.

A explicação assustadora é que não temos que ser pessoas más para atrair mau olhado.

Infelizmente, todos nós fazemos isso com bastante frequência, embora inconscientemente, sem perceber as consequências.

O mundo é estrategicamente organizado para que todas as pessoas em nossas vidas compartilhem do mesmo comportamento negativo que nós temos. Ou seja, eles nos espelham, para que possamos ter a oportunidade de enxergar aquilo que precisamos mudar de forma proativa em nós.

No entanto, ou não temos consciência disso ou, caso tenhamos ouvido falar sobre o assunto, esquecemos. É importante lembrar que, no instante em que escolhemos sucumbir aos pensamentos de crítica, inveja e ódio, estamos apertando o gatilho em nossa própria direção. Em outras palavras, quando lançamos mau olhado sobre outra pessoa, abrimos a porta para que o mau olhado e as forças do acerto de contas recaiam sobre nós.

Isto por causa da lei universal conhecida como Efeito Bumerangue – o que vai, volta.

Assim, depende de nós cuidar de nós mesmos. E sempre será assim. Parte do motivo pelo qual julgamos os outros é por duvidar que possamos ter o que a outra pessoa possui. Não temos a certeza de que o Criador quer aquele mesmo sucesso e felicidade para nós.

Logo, toda vez que você estiver olhando para alguém e pensar:

Por que não tenho isso?” ou “Não gosto dessa pessoa”, faça o seguinte:

1. Relacione três coisas na sua vida que você aprecie.

2. Lembre-se de que o que você não gosta na outra pessoa é algo que lhe desagrada em você mesmo.

Ao se concentrar em apreciar o que você possui, ao invés de olhar para o que os outros têm e você não, você consegue neutralizar sua inveja, desarmar seu ciúme e pôr um fim a todos os seus atos de julgamento, para proteger a si próprio e aos outros do seu próprio mau olhado!

Caro leitor internauta, foque suas metas de vida nos seus objetivos, sem se preocupar com as conquistas alheias. Monte suas estratégias para vencer os obstáculos que a vida lhe impor. Assim as vitórias virão, naturalmente, resultado de seus esforços. Vença sendo você mesmo!

A Paz de Olorum presente na sua vida, especialmente nesta época natalina em que refletimos sobre nossos atos em relação ao próximo, na comemoração do nascimento de Cristo, renovando a nossa fé! Muita Luz em seus caminhos! Até a próxima postagem! Abraço fraterno a todos!

sábado, 1 de dezembro de 2012

As Ervas no Candomblé


As ervas tem um profundo significado no Candomblé. Delas emanam energias purificantes e impulsionadoras que são utilizadas para limpeza de energias deletérias, cura de doenças dentre tantas outras utilizações. Cada Orixá trabalha com determinado tipo de ervas, as vezes até combinadas com sangue de animais para realização de trabalhos específicos para determinadas necessidades. Portanto, não devem ser utilizadas sem a devida orientação e manipulação. As ervas detém grande quantidade de Axé (Energia mágica-universal, sagrada) e quando bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.

Um banho, com o Axé das ervas dos Orixá do Candomblé, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.

Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias negativas.

Folhas sagradas, Ewé Orò ou Folhas de Orô é como são chamadas as folhas, plantas, raízes, sementes e favas utilizadas nos preceitos e cerimônias como água sagrada das Religiões Afro-brasileiras.

A folha tem uma importância vital para o povo do santo, sem ela é impossível realizar qualquer ritual, dai existe um termo curriqueiro do povo do santo que diz: ko si ewe, ko si Orixa ou seja, (sem folha não existe Orixá).

Todas as folhas possuem poder, mas algumas têm finalidades específicas e nem todas servem para o banho ritual, nem para os ritos. O seu uso deve ser estritamente recomendado pelo Babalorixá ou em comum acordo com o Babalosaim (sacerdote conhecedor da ação, reação e consequência do poder das folhas), pois só estes sabem a polaridade energética, "positiva ou negativa" de cada uma delas e a necessidade de cada indivíduo. Para sua utilização nos ritos, deve-se saber as Sasanha (cânticos específico para folha) e o Ofó (palavras sagradas) que despertam seu poder e força "axé". Ossaim é o grande Orixa das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas, pode trazer progresso e riqueza. É nas folhas que está à cura para vários tipos de doenças, para corpo e espírito. Portanto, precisamos lutar sempre por sua preservação, para que consequências desastrosas não nos atinjam.

Água sagrada, Agbo ou simplesmente água de Abô, são os nomes usados pelo povo de santo para denominar a mistura de folhas sagradas, usada na feitura de santo até a última obrigação chamada de axexe.

Sua utilização é larga e irrestrita, significando principalmente a ligação entre o Orum e Aiye (mundo dos Orixás e o dos Homens). Proporcionando o fortalecimento físico e espiritual, prevenindo e até mesmo curando certos tipos de doenças, segundo alguns estudos. Também usado na sacralização de objetos como fio de contas e espaços sagrados.

Sua preparação é complexa, com ritos que pode durar até sete dias. A presença de um Babalorixá e de um Babalosaim é indispensável para sua confecção, pois neste ato litúrgico são exaltados os cânticos de sasanha.

Além de respeitar horários para a colheita das 16 folhas sagradas, sendo oito tipos de folha chamada "fixas" (Ewe Oro) e 8 tipos de folhas "variáveis" (Ewe Orixás), de acordo com o Orixá que se esteja trabalhando, são utilizados, obi, orobo , azeites, mel e até mesmo (Ejé) sangue de animais sacrificados, entrarão nesta misteriosa mistura, tão importante para esta cultura também denominada como Jêje-Nagô.

Ewe oro e Ewe Orixás são folhas sagradas pertinentes a cada terreiro, podendo variar de acordo com sua regência, todavia são escolhidas ou herdadas de forma ordenada, geralmente seguindo um equilíbrio: folha gún (excitante “quente”) , seu significado em nagô é “chama transe”, associada com uma folha èrò (calma “fria”), que é catalisadora da propriedades de outras plantas, formando assim uma parceria perfeita, para uma sintonia harmônica .

As folhas gún ou èrò podem ser macho (agboro) ou fêmea (Yagbá). Na realidade o que distingue sua associação são as formas, se pontiagudas são consideradas masculinos se arredondadas femininos, todas elas tem o domínio do Orixá Osanyin.

Portanto caro leitor internauta, não use ervas sem a orientação devida e no caso de fins medicinais, não o faça sem indicação médica, pois para se medicar com plantas você precisa realmente conhecê-las. Peça ajuda aos especialistas da área (ou caso você seja estudioso destas matérias, até adquirir uma confiança e capacitação própria). Lembro ainda que existem ervas frias e quentes que quando combinadas formam a essência desejada para cada Orixá. Logo, não devemos tomar banho de ervas sem ter absoluta certeza que ela não seja contra-indicada ao nosso ori e ao nosso Orixá!

Baseado em bibliografia, revistas, textos encontrados na Internet e relatos populares.

Que sempre possamos contar com a Paz de Olorum em nossas vidas e a Sua Luz nos nossos Caminhos! Até a próxima postagem!


domingo, 11 de novembro de 2012

Guerras em Nome de Deus

Vivemos em constante evolução o que nos leva a alcançar , em velocidade espantosa, conquistas em várias áreas do saber. O que já foi um dia previsão futurista, hoje é realidade e por vezes até aperfeiçoada da versão original. Diante disso, como ainda se pode conceber que conflitos de interpretação e/ou ideologias possam levar a guerra entre povos. E o que é o mais lastimável... em nome de Deus!

É com pesar que devemos reconhecer, ser de responsabilidade das divergências entre as religiões, e em particular do cristianismo por esse clima de violência reinante no mundo. Na realidade atual, das guerras que infestam o mundo, mais da metade tem motivações religiosas. Em Israel, judeus e islamitas; no sul da India, hindus e muçulmanos; na Argélia, muçulmanos fundamentalistas contra os moderados; na Irlanda, protestantes e católicos, etc. As religiões que deveriam fomentar a Paz, tem sido inspiradoras de violência.

Ao rever a História, constata-se que foi pior. Quantos crimes se cometeram em nome de Deus? Em 1572, na famosa “Noite de São Bartolomeu”, que se prolongou por mais dois dias, os católicos assassinaram aproximadamente 70.000 pessoas, protestantes ou suspeita de serem colaboradores. Em Roma, o Papa Gregório XII, celebrou um culto de ação de graça pelo feito.

Para a maioria das pessoas, a fidelidade a sua fé se verifica pelo combate a todos os que professam a fé de modo diferente. No Brasil, até poucos anos ainda se discriminavam protestantes, e há quem ainda veja as religiões afro-brasileiras como coisas do demônio. Quem anda pelo interior do Brasil, percebe a diversidade cultural e religiosa do povo.

Percebe-se que as igrejas não se educaram ainda para conviver com esse pluralismo. Aqui e ali, as guerras religiosas continuam e ainda será necessário que se estabeleçam as bases para que católicos e evangélicos (e até mesmo evangélicos entre si), cristãos e não-cristãos assinem um novo e mais amplo “Tratado de Paz”.

O fundamentalismo é uma doença que surgiu no cristianismo e hoje se espalha por todas as religiões do mundo. Os fundamentalistas acreditam que somente eles interpretam corretamente as Escrituras e que Deus lhes confiou a missão de salvar a verdadeira religião dos inimigos que a ameaçam. Foi assim que, no tempo do nazismo, muitos religiosos sinceros concordaram que se mandassem os judeus, ciganos e Testemunhas de Jeová para os campos de extermínio.

Cada vez que, um padre acha que só os católicos têm o direito de expressar a sua fé, ele está no mesmo caminho da intolerância e da guerra religiosa. Da mesma forma, quando um pastor durante madrugadas em programas de televisão se aproveita das fraquezas humanas fazendo proselitismo, pensa que a fé se transmite aos gritos, e quanto mais ruidosa a assembléia mais anuncia o Evangelho, corre o risco de testemunhar um Deus intransigente, completamente oposto ao modo de Jesus se aproximar das pessoas.

Atualmente, muita gente sente no coração o desejo de aprofundar uma vida interior e quer trilhar o caminho da fé. Mas tem dificuldade de aceitar o peso das estruturas religiosas. A maioria que se engaja numa igreja, o faz porque sabe que precisa do apoio de uma comunidade para viver a sua fé, e avançar no caminho de Deus.

Mas de fato, a espiritualidade, ou seja, uma vida inspirada e conduzida pelo Espírito de Deus existe em todas as religiões e pode se desenvolver também para além de qualquer uma delas, pois não depende das estruturas humanas, mas da busca perseverante desse Deus de Paz.

Deus não assinou contrato de exclusividade com nenhum grupo e nem é prioridade de ninguém. A Bíblia revela que “o Eterno habita numa luz inacessível e a Ele homem algum jamais viu, nem é capaz de ver” (I Tm. 6:16). Por outro lado, afirma que “Deus é amor e toda pessoa que ama, conhece a Deus e vive com Ele” (I Jo. 4:16).

Deus é mistério. O que as religiões dizem e ensinam sobre Deus, é uma aproximação parcial. Jesus só falou do Pai e do Reino de Deus em parábolas. Por isso, precisamos ter humildade no modo de falar de Deus. Não somos donos dele. Se formos amorosos e humildes, Ele é quem nos possui. Estamos todos no caminho escuro da fé.

A Bíblia é para os que nela crê, “uma lâmpada que brilha num lugar escuro, até que o dia clareie e o sol brilhe direto em nossos corações” (II Pe. 1:19).

Deus quis assim: a sua própria Palavra, que é Luz para os nossos caminhos e alegria para o nosso coração. É também uma palavra humana e, por isso, limitada, como cremos que o Filho de Deus se fez carne em Jesus, com limitações humanas.

O Evangelho conta que Jesus elogiou a fé confiante da mulher fenícia, que ao que tudo indica, tinha uma religião diferente da judaica, na qual Ele, Jesus, foi educado. O Senhor aceitou curar o servo do oficial romano de Cafernaum, encontrou a mulher samaritana, inimigos de Israel, e disse a ela, que mesmo que a salvação vinha dos judeus, chegou a hora em que o culto de Deus não ficaria restrito nem em Jerusalém nem em Samaria, pois “Deus é espírito, e convinha que seus adoradores o adorassem em espírito e em verdade” (Jó. 4:24).

De fato, tanto no mundo como no interior dos templos, onde Deus se revela, as armas de guerra são transformadas em foices e enxadas para lavrar a terra e produzir frutos. Hoje, os líderes das religiões e ministros das igrejas cristãs, como também o papa, insistem: “Nenhuma guerra é santa ou justa. Só a paz é um caminho justo para a humanidade. Príncipe da paz é um dos nomes dos cinco Anjos enviado para salvar os homens” (Is. 9:6). Pois, são oito Príncipes no total II Ped. 1; 5, 6 e 7.

Olorum é sinônimo de Paz, harmonia e o amor o seu símbolo maior. Ele está presente no coração de todo ser que praticar o bem ao seu semelhante e amá-lo acima de todas as coisas. Logo, num mundo tão evoluído nas ciências é inconcebível se guerrear em nome daquele que é puro amor e comunhão, que por divergências de ideias se derrame sangue de inocentes. Seja uma semente da Paz que tem como solo fecundo o coração do seu próximo: esta é a forma de ser um representante de Deus, seja qual for a sua religião.

A Paz de Olorum com todos! Até a próxima postagem!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pombagira, a Sedução

Desde os primórdios da humanidade, exercitamos a arte da Sedução. O que seria então esse mágico poder de encantar ao outro com fins de atingir determinados objetivos? Estaria no jeito de olhar, de falar, de sorrir? Incógnita que paira no ar e nos levar a refletir. Foi por esse misterioso poder que Adão mordeu o fruto proibido, 'seduzido' por Eva e esta última pela serpente, representante do mal. Esse dentre tantos exemplos presentes na História e nas lendas. No Candomblé, temos tal poder personificado nas Pombas-Giras, que são Exús fêmeas ligadas a sexualidade e a magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.
As Pombagiras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH. Cada uma atende por um nome diferente( rainha das 7 catacumbas, Maria Padilha, etc.)
Maria Padilha é uma das principais entidades do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, considerada a Rainha das Pombagiras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das Marias. É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido nas Kimbandas.
Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.
Maria Padilha é uma Pombagira poderosa capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As mulheres que trabalham com esta entidade tem uma personalidade muito forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes. Amam como ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros amorosos. É a protetora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros, gosta de festas e dança.
As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis. Os seus trabalhos são geralmente despachados em encruzilhadas em “T”. Os sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha e cabra. A saudação: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”).
Maria Padilha, tem vários nomes: Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga; Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas; Maria Padilha Rainha dos Infernos; Maria Padilha Rainha das Almas; Maria Padilha das Portas do Cabaré; Maria Padilha Rainha das 7 facas; Maria Padilha Rainha da Figueira dentre outros. O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela.
É a Rainha do reino da Lira(Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda), também conhecida como "Rainha do Candomblé" ou Rainha das Marias.
Rainha do Candomblé não pelo culto africanista aos Orixás, senão por ser essa palavra sinônimo de dança e música ritual.
Devemos dizer que a Pomba Gira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos Iorubás. Ela pode ter muitos maridos, que se tornam seus escravos ou empregados.
Em terras bantas é originalmente chamada de "Aluwaia-Pombagira", esta é uma palavra africana de um idioma do povo banto (Angola), erroneamente confundido por algumas pessoas desinformadas com palavras do português "pomba, um pássaro" e "gira, sentido de rodar".
É bonita, jovem, sedutora, elegante, feminina, mas também tem vidência, é certeira e sempre tem algum conselho para aqueles que estão sofrendo por um amor, mas também é usada sua força para desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar varias doenças.
Ela gosta de ser respeitada e admirada e é ponta de agulha: quem brinca com ela geralmente vai morar na sepultura!
Sua característica principal é ser festeira. Adora festas com ritualísticas e alegria, daí à ser chamada de Rainha do Candomblé. Prefere bebidas suaves, vinhos doces, licores, cidra, champagne, anis, etc.
Gosta de cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim também como lhe atrai o luxo, o brilho, destaque, flores e perfumes, usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras.
A Pombagira, cultuada nos candomblés, é um desses personagens muito populares no Brasil. Sua origem está nos candomblés, em que seu culto se constituiu a partir de entrecruzamentos de tradições africanas e européias.
Na língua ritual dos candomblés angola (de tradição banto), o nome de Exu é Bongbogirá. Certamente Pombagira (Pomba Gira) é uma derivação de Bongbogirá, e o nome acabou por restringir-se à qualidade feminina de Exu.
Dona Pombagira, que tem um lugar muito especial nas religiões afro-brasileiras, pode também ser encontrada nos espaços não religiosos da cultura brasileira: nas novelas de televisão, no cinema, na música popular, nas conversas do dia a dia.
O Candomblé cultua a veneração aos orixás, não fazendo distinção entre o bem e o mal no sentido judaico-cristão, uma vez que seu sistema de moralidade se baseia na relação estrita entre homem e orixá, relação essa de caráter propiciatório e sacrificial, e não entre os homens como uma comunidade em que o bem do indivíduo está inscrito no bem coletivo.
A Pombagira tem jeito de prostituta, ora do bordel mais miserável ora de elegantes salões de meretrício, jogo e perdição; vez por outra é a grande dama, fina e requintada, mas sempre dama da noite. Nas religiões afro-brasileiras, todo o cerimonial é cantado ao som dos atabaques, geralmente também dançado. As cantigas dos candomblés são instrumentos de identidade das entidades. Assim, canta-se para Pombagira quando ela chega incorporada:
De vermelho e negro/Vestida na noite o mistério traz/Ela é moça bonita/Oi, girando, girando, girando lá”
Se, por vezes, tanto Exus como Pombagiras podem vir muito elegantes e amigáveis, jamais serão, entretanto, confiáveis e desinteressados. Todo mundo tem medo de Exu e Pombagira, ou pelo menos diz que tem. Desconfia-se deles, pois, se de fato são entidades diabólicas, não merecem confiança, mesmo quando deles nos valemos. Fazem questão de demonstrar animosidade.
Pombagira vem sempre para trabalhar e trabalhar contra aqueles que são seus inimigos e inimigos de seus devotos. Considera seus amigos todos aqueles que a procuram necessitando seus favores e que sabem como agradecer-lhe e agradá-la. Deve-se presentear Pombagira com coisas que ela usa no terreiro, quando incorporada: tecidos sedosos para suas roupas, nas cores vermelho e preto, perfumes, jóias e bijuterias, champanhe e outras bebidas, cigarro, cigarrilha e piteiras, rosas vermelhas abertas (nunca botões), além das oferendas de obrigação - os animais sacrificiais (sobretudo no Candomblé) e os despachos deixados nas encruzilhadas, cemitérios e outros locais, a depender do trabalho que se faz, sempre iluminados por velas vermelhas, pretas e, às vezes, brancas.
Para ser-se amigo e devoto de Pombagira é preciso ter uma causa pela qual ela possa trabalhar, pois é o feitiço que a fortalece e lhe dá prestígio:
Não há guardador de santo que admita trabalhar para o mal. O mal, quando acontece, é sempre uma consequência do bem, pois as situações que envolvem os Exus são sempre situações contraditórias.
Amores mal resolvidos, traições matrimoniais dentre tantas outras 'peripécias do coração' podem ser resolvidas pelas Pombagiras, mas sabendo o recorrente a ela que terá que agradá-la e respeitá-la para obter suas graças. A Ela, meu respeito em sua Magnitude! A Paz de Olorum conosco! Até a próxima postagem!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Omi Beijada! Oraieiêu Oxum!

Outubro, mês em que dedicamos o dia 12, a N.Sra. Aparecida , Oxum no Candomblé, genitora por excelência, ligada particularmente à procriação. Deusa das águas doces reina sobre os rios, também divindade do ouro e dos metais amarelos. Vaidosa, foi a segunda esposa de Xangô, tendo vivido anteriormente com Ogun, Orunmilaiá ,Odé Oxossi. Maternal, carinhosa e muito apegada às crianças, amante da beleza e do adorno. Por este amor de Oxum as crianças e ao seu elo com a maternidade, será assunto desta postagem, os orixás crianças, chamados de Ibeji.

Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gêmeas infantis, ligadas a todos os orixás e seres humanos. Divide-se em masculino e feminino, protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram problemas de parto.

Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc. No ALTO CANDOMBLÉ são cultuados como Xangô e/ou Oxum crianças. Os IBEJIS são saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados a ela, também recebem oferendas.

Na África, as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza. Preocupar-se com os sustento das crianças é frequente entre os povos negros, haja a vista a miséria das cidades africanas e a situação do negro na escravidão e na diáspora.

Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o Orixá Erê, ou seja, o Orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada a infância. Eles indicam a contradição, os opostos que caminham juntos a dualidade de todo o ser humano, mostrando que todas as coisas, em todas as circunstâncias, tem dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.

Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exú, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo. Na África, os IBEJIS são indispensáveis em todos os cultos. Merecem o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuados no dia-a-dia. Eles não exigem grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é serem lembrados e cultuados.

O poder dos IBEJIS jamais pode ser negligenciado, pois o que um orixá faz os IBEJIS podem desfazer, mas o que os IBEJIS fazem nenhum outro ORIXÁ desfaz. E mais: eles se consideram os donos da verdade. É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. A sua determinação é tomar conta do bebê até à adolescência, independentemente do Orixá que a criança carrega.

Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves, na beleza e perfume das flores.

A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Tudo aquilo de bom que nos aconteceu na nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, Ibeji já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.

A lenda e a história de Ibeji, é revivida a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivo este importante Orixá, procure dar felicidade a uma criança. Transmita esta felicidade, contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji, feliz!

Reconhecemos os filhos de Ibeji ao vermos pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil.

Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.

Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.

Ao mesmo tempo, as suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças, em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades desportivas, sociais e das festas.

Portanto, caro leitor, neste dia dedicado a Oxum e as crianças, é um momento bem propício para fazermos as crianças sorrirem, não só com a dádiva de um presente físico, mas também de refletirmos no sentido de lhes proporcionar um futuro promissor, repensando nossas atitudes em relação ao meio ambiente no intuito de preservá-lo, ou mesmo de sorrir para elas ou provocar que um sorriso brote de suas faces. Libere o Ibeji que está em você, seja feliz fazendo seu semelhante feliz! A Paz de Olorum com todos! Até a próxima postagem!

sábado, 29 de setembro de 2012

DESTINO: PREVISÍVEL OU INEVITÁVEL?

“Como será amanhã?

Responda quem puder

O que irá me acontecer?

O meu destino será

Como Deus quiser …

O Amanhã - João Sérgio”

Desejamos antever os acontecimentos que estão por vir, para nos precavermos das consequências que estes possam causar em nossas vidas.

Há pessoas que concebem o destino como algo relacionado as “forças ocultas”, que podem ser as forças da natureza, ou algum ser sobre humano. Outros, acreditam ser o destino algo traçado, determinado que acompanha a vida de pessoas ou de grupos inteiros. Nas duas vertentes, o destino é visto como um fim, ou uma força exterior, que em algumas vezes funde a experiência com o sagrado. Como exemplo, temos o entendimento da morte pela maioria das pessoas. Para o Candomblé a vida é sempre uma continuidade, é algo que não há fim. Continuamos na família, na natureza, no grupo ao qual pertencemos, nas crianças e no saber ancestral. Continuamos porque fomos concebidos não para estar no mundo, mas sermos mundo. Daí a ideia de que tudo que há no “mundo visível” existe no “mundo invisível.” Ou seja, aquilo que os nossos olhos alcançam ou aquilo que os sentidos nos informam não termina naquilo que vemos ou no que sentimos.

Na concepção brasileira, o destino liga-se diretamente a questão ética/moral, aqui utilizada como sinônimo. Inexistindo a noção de predestinação, conceito emprestado por algumas culturas, mas de difícil compreensão para os ocidentais que veem o mundo de forma fragmentada, não há lugar para se pensar o destino como um fim. Isso não significa que esta preocupação esteja ausente.

A noção de destino pode ser traduzida como possibilidades. Por isso que inicialmente estabelecemos uma relação entre este conceito e as questões éticas/morais. O ato moral é imprevisível, ele apenas só pode ser julgado depois que aconteceu. O seu acontecimento, todavia não implica numa repetição, mesmo se pudéssemos expor o individuo às mesmas condições que lhe originou. O ser humano é imprevisível. Isso vale também para o mundo da natureza. Quando falamos em destino estamos nos referindo a caminhos, possibilidades, não do outro, mas das próprias possibilidades. A experiência do destino é algo individual. E se prestarmos mais atenção estamos nos deparando com o ele o tempo todo. Quando não acertamos, quando agimos sem levarmos em consideração o nosso destino, as minhas possibilidades, quando não conhecemos os nossos caminhos, ou se conhecemos o ignoramos.

Segundo literaturas, conta-se que após os corpos serem modelados da terra, Ajalá, o incansável oleiro que molda os seres vivos no sentido bem amplo da palavra, atribui aleatoriamente a cada ser uma cabeça. Para estes grupos a cabeça é a síntese do destino. Daí o culto a cabeça pelas religiões de matriz africana. Cabeça que é o tempo todo “enfeitada”, ornada, adorada, através do culto a Olori, literalmente o Senhor da cabeça. Isso porque ori significa o corpo todo. Toda a vida, as possibilidades, os caminhos trazidos por cada individuo. Caminho que não pode ser mudado porque é individual e particular, mas pode ser dirigível, orientado. Esse culto a cabeça é tão importante que em algumas comunidades terreiros não se aceita “enfeites”, modificações, “coisas que estão na moda” e que nos últimos anos vem atingindo vertiginosamente o culto aos ancestrais. Chega-se a afirmar veemente que a cabeça antecede aos próprios orixás. Concepção talvez tirada da observação do feto que se desenvolve dentro da bolsa de água. De fato, é como se tudo se formasse a partir da cabeça. Assim, o “sistema adivinhatório” coloca o individuo diante de suas possibilidades. Nesse sentido, o individuo confronta-se com os seus caminhos e a partir dali cabe a ele tomar consciência que as respostas dadas ou as saídas buscadas devem ser compreendidas a partir desses caminhos. Se agirmos conscientes do nosso destino, de nossas possibilidades, de caminhos que se abrem e se fecham o tempo todo, encontraremos sempre uma saída. Este conhecimento pode ser fornecido através das técnicas divinatórias, mas a decisão sobre qual caminho devemos percorrer sempre é uma escolha individual, afinal, como chama a atenção o provérbio: “cada cabeça é um mundo.” Conhecer estes caminhos para enfrentá-los, tornar-se assim o maior desafio, pois deste conhecimento depende a permanência de nossas vidas no mundo da vida. Se estivermos sempre atentos a ele, com certeza a morte não nos levará duas vezes.

Chama-se de Odus os presságios, os destinos, a predestinação. Os odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odu de origem e cada orixá é governado por um ou mais odus. Cada odu possui um nome e características próprias e divide-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como Itàn Ifá. Os odus são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca. Os Orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se alimentar, o odu é o caminho, a existência do destino o qual o Orixá e todos os seres estão inseridos.

Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está com o odu negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais (seguiu um caminho negativo dentro do estabelecido). Nós quando nascemos, somos regidos por um odu de ori (cabeça), que representa nosso "eu" assim como odu de destino, etc.

O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de Oluwô, título concebido a alguns Babalaôs. Ifá é o Orixá da adivinhação e para tudo e deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo: o de Opelé Ifá, o rosário de Ifá, o jogo de búzios, etc. No jogo de búzios (Erindilogun) quem fala é Exu. São dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos Babalorixás e Ialorixás.

A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque Oxum fez um trato com Exú, conseguindo dele permissão para jogar. O jogo de Opelé Ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odus usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo.

Todo mundo deseja ter sucesso naquilo que faz, mas seu sucesso depende principalmente na quantia de autorização que recebeu das altas divindades antes da vinda para a terra.

Só os pais são capazes de descobrir a tempo o tipo de criança que eles têm, eles podem iniciar suficientemente cedo a tarefa para o preparo dos pés da criança no caminho certo do seu destino.

Um aspecto muito importante do destino de uma pessoa é a divindade dominante de sua vida. Como indicado anteriormente, antepassados dos homens vieram a este mundo sob a liderança de uma ou outra divindade. É a alguém que veio sob a Orientação de Orunmilá que será requerido que seja bem sucedido servindo Orunmilá no mundo. O mesmo é verdade para todas as demais divindades como Ogum, Xangô, Olokún, Ya, etc. Do mesmo modo, é a pessoa que veio sob a Orientação de Orixá N'la (Orixala) (representação personificada de Deus) que irá prosperar seguindo o caminho da religião moderna. A tragédia da existência do homem é que quando um seguidor de uma divindade observa os seguidores de outras divindades, felizes e contentes em sua própria facção, ele acredita que ele seria igualmente bem sucedido, abandonando os serviços de sua própria divindade pelo serviço de outra. Há pessoas que ou caem da frigideira para o fogo ou passam através da vida como se estivessem envolvidos em uma busca sem fim por um porto seguro. Tais pessoas devem ir a algum tipo de oráculo. Eles têm a função e autorização para descobrir suas divindades Orientadoras. Tão logo isto seja desvendado, uma proporção considerável do tamanho de seus problemas terá sido resolvida.

Logo, meu caro leitor internauta, temos uma trajetória previamente traçada a seguir na Terra e esta é regida por uma determinada Entidade. Esta, se bem orientada e dirigida será fadada ao sucesso, mesmo que com o por vir ainda obscuro para o indivíduo. Busque, portanto, tais coordenadas para uma existência feliz!
 
“tem essa mágica

o dia nasce todo dia

resta uma dúvida

o sol só vem de vez em quando

o certo é incerto,

o incerto é uma estrada reta

de vez em quando acerto

depois tropeço no meio da linha – Pseudo Blues - Jorge Salomão

A Paz de Olorum , regente de todos os DESTINOS, com todos! Até a próxima postagem.

sábado, 15 de setembro de 2012

Salve, Salve São Cosme e São Damião!


E chegamos ao nono mês do ano: Setembro. E com a sua chegada, temos variações climáticas nas quais saímos de período mais chuvoso e entramos em temperaturas mais elevadas e na época em que brotam as flores. Vem , então a Primavera. Esta ocorre após o inverno e antes do verão. No hemisfério sul, onde está localizado o Brasil, a primavera tem início em 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro.

É uma época em que ocorre o florescimento de várias espécies de plantas. Portanto, é um período em que a natureza fica bela, presenteando o ser humano com flores coloridas e perfumadas. A função deste florescimento é o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas. Estabelecendo no ar uma atmosfera de romantismo e há quem o classifique como o novo 'mês das noivas', uma vez que muitos casais estão escolhendo este mês para marcar a data de seus enlaces. Nada mais oportuno, pois os ornamentos para as festas nupciais se baseiam no uso de flores para decoração e até para as vestes das noivas.

No tocante a astronomia, a primavera ocorre no equinócio de setembro (momento do ano em que o dia e a noite possuem a mesma duração, 12 horas cada).

Já com relação a mudanças climáticas, é um período em que as temperaturas vão, aos poucos, aumentando. O mesmo ocorre com as águas do mar. As temperaturas, em grande parte dos países do hemisfério sul, ficam amenas. Assim, seja bem vinda esta bela estação e que com suas maravilhosas cores e aromas, preencham nossos dias , nos trazendo Paz e Luz.

Mas, Setembro também é época de festa, principalmente no palco de festas da religiosidade afro-brasileira:a Bahia. No próximo dia 27, comemoraremos o dia dos santos: Cosme e Damião.

São Cosme e São Damião são santos católicos com grande receptividade entre as camadas afro-brasileiras do Recôncavo baiano. Seus nomes de batismo são Acta e Passio, nascidos na Arábia do século III, de família nobre e cristã. Os irmãos gêmeos estudaram medicina na Síria e exerciam a profissão gratuitamente. Acusados de feitiçaria, por realizarem milagres, foram jogados de um despenhadeiro – Assim conta a história. Em outras versões ouve-se que tentaram matá-los de várias formas, mas não conseguiram. Por fim foram degolados. Entre seus milagres estão a cura e a materialização (após a morte) para ajudar crianças vítimas de violência.

São associados aos Ibejís, divindades gêmeas do Candomblé. Apesar do catolicismo oficial venerar a figura de Cosme e Damião como santos adultos e que dedicaram a vida a praticar a medicina caridosa, os mesmos santos “correspondem” a entidades infantis nos cultos afro – brasileiros, e é justamente dessa maneira que Cosme e Damião são venerados pela maior parte de seus devotos: os santos meninos.

Pessoas devotas , crianças, católicos, pais-de-santo, babalorixás, vendedores ambulantes do souvenir dos santos, simpatizantes, toda essa gente devota segue em clara romaria até o bairro da Liberdade, em Salvador/Ba, precisamente á Paróquia dos Santos Cosme e Damião, no dia 27 de setembro. Durante todo o dia de São Cosme e São Damião, são várias celebrações com procissão, missas durante o dia e uma celebração do Cardeal á noite.

Os devotos de São Cosme e Damião costumam “dar Caruru de Cosme” em suas casas durante o mês de setembro e principalmente no seu dia: 27 de setembro. A festa já começa durante os preparativos, e mexe com todo o comércio de feiras em Salvador, quando se tem uma procura maior dos ingredientes para a grande festa e quando a família se reúne para cortar os quiabos em forma de cruz e depois em estreitas rodelas, preparar os temperos, torrar e triturar o amendoim e a castanha, temperar a galinha e fazer os seus pedidos também. A quantidade dos quiabos do Caruru, geralmente chegam aos milhares, a depender da promessa, devem ser cortados por quem está oferecendo, mas vale a ajudas de participantes voluntários que também fazem a sua reza e pedidos aos santos gêmeos.

Abará, acarajé, pipoca e cana cortada em tiras fazem parte do típico prato do Caruru de Cosme.

Nas proximidades do dia 27 de setembro, é comum encontrar, pelas ruas da Bahia, crianças, adultos , a espera de um prato de caruru. Não se pode comemorar santos tão populares nos lares baianos sem que se peça esmola para a missa. Depois de tudo preparado, o devoto passa por um ritual onde incensa, com defumador, o interior de sua casa e todos que moram nela. Assim se retira todas as cargas negativas do ambiente e desprendem-se cargas positivas. No defumador o carvão tem a função de puxar as cargas negativas do ambiente e as essências ou ervas de emanarem as cargas positivas. As essências e ervas mais usadas no defumador são incenso, alecrim e alfazema.

Uma mesa farta e muitos doces fazem a festa no dia 27 de setembro

Vale tudo para se fartar de um prato de caruru: pode-se ir às ruas, sem a menor cerimônia, e esperar que pessoas simplesmente ofereçam as quentinhas do farto prato ou pode-se ir até a casa de familiares e amigos durante o período do mês de setembro para prestigiar os santos e saborear as iguarias afro-baianas.

Grande também é o número de lares baianos que festejam o grande dia dedicado aos dois mártires da Igreja. Tão populares como São João, como Santo Antônio, os dois santos também têm a sua festa comemorada.

No candomblé Cosme e Damião são filhos gêmeos de Xangô e Iansã. Os santos gêmeos possuem muitos simpatizantes e devotos, estes que todo ano fazem caruru para eles, chamado também de “Caruru dos Santos” e “Caruru dos sete meninos” que representam os sete irmãos (Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi).

Em casa onde existam Cosme e Damião, não entra epidemia, porque eles foram sempre considerados advogados contra “feitiços, bruxarias, mau olhado e espinhela caída”. Isso quanto às origens europeias da devoção. No que se refere ao ramo africano, sabe-se que foram os nagôs que nos trouxeram os seus gêmeos, Ibeji, transformados numa das maiores tradições vivas das populações baianas, especialmente. Nas casas de famílias católicas, suas imagens são comumente encontradas, em oratórios, pequenos altares ou simples prateleiras reservadas. No seu dia, estes pequenos altares tem desde de simples velas acesas, a oferendas como mel, caruru, balas e farofas de azeite. É comum também, distribuir pequenos saquinhos recheados de doces, balas e brinquedos as crianças nas ruas, comunidades onde se habita.

De origem Africana, a comida baiana se revela na festa de São Cosme e São Damião. Os primeiros a serem servidos são os donos da festa: São Cosme e São Damião. As oferendas são precisamente colocadas no altar decorado para a ocasião Procedida a cerimônia, chamam-se os sete meninos, especialmente convidados para iniciar a comilança. A tradição manda que se prepare uma roda de sete meninos. Geralmente é colocada uma toalha de mesa no chão e as crianças se sentam ao redor. Eles geralmente sentam-se no chão e comem em pequenos pratinhos de barro, ou em um único grande prato como uma bacia. Não usam talheres, usam as mãos. Mas algumas mudanças já ocorrem em torno da tradição do Caruru de Cosme como misturar meninos e meninas e comer com talheres.

Este é um período bom para se obter graças, principalmente curativas e alcançar metas de vida até então consideradas impossíveis, para tal , faça uma promessa aos santos gêmeos e quando alcançar a graça desejada, ofereça-lhes um caruru a ser servido no dia consagrado a eles. A chance de realização é grande, tenha fé e obterá!

Aos já devotos dos Santos, meu respeito e consideração e aos demais leitores internautas a benção de Olorum sempre presente nas suas vidas! Muitas 'flores e cores' em seus caminhos! Até a próxima postagem!

domingo, 26 de agosto de 2012

FESTA DE SÃO ROQUE (OBALUAÊ)


Neste período de Agosto, nada mais justo que comentarmos sobre S.Roque, responsável pela cura de enfermidades erradicação e da proliferação de doenças que se espalham pelo mundo. Principalmente pela notável demonstração de ecumenismo entre a Igreja Católica e o Camdomblé , quando foi permitida a entrada dos adeptos do Camdomblé nas dependências da Paróquia da Ressurreição para reverenciar ao santo junto aos católicos. Registro aqui os meus parabéns aos representantes da Igreja Católica por essa demonstração de tolerância religiosa e de compreensão de que tomos somos iguais perante os olhos de Deus! Portanto, aqui vai a nossa 'postagem roqueana'! Boa leitura!”


Os fiéis baianos comemoraram no dia 16 de agosto, o dia de São Roque, considerado pelos católicos como o protetor das doenças e enfermidades. Logo cedo, por volta das 5h30, uma alvorada de fogos avisava, em frente à Paróquia da Ressurreição, em Ondina, que o dia seria dedicado ao santo. Na sequência, os fiéis fizeram a cerimônia de reza dos terços e a primeira missa foi iniciada por volta das 7h.

São Roque nasceu na França, em Montpellier, no ano de 1295, uma época em que a Europa vivia um momento das mais variadas epidemias, decorrentes das más condições de saneamento básico da época. E foi neste cenário que São Roque, de acordo com as crenças católicas, começou a curar doentes de todo o continente, afastando as pestes por onde passava. Era filho do governador, estudou nas melhores escolas da cidade e provavelmente cursou a Faculdade de Medicina. O jovem Roque perdeu os pais, mas decidiu, ao invés de administrar os bens e patrimônios da família, seguir as palavras de Jesus. Distribuiu seus bens e deixou a cidade para deparar-se com a epidemia da peste negra e apresenta-se para ajudar os doentes como o Bom Samaritano. Assim como São Roque, Obaluaê também é homenageado protetor das doenças infectocontagiosas. Ele não apenas é o curador das doenças, tem também o poder de causá-las. Sua veste é de palha, esconde o segredo da vida e da morte. Reservado, simples, trabalhador e solitário, Obaluaê é o nome usado para o Omolu velho, mais introvertido. Ele é considerado o Padroeiro dos inválidos na religião católica.

O palco da comemoração, A Paróquia da Ressurreição, em Ondina, foi construída no século XVIII, é templo religioso de São Roque e de São Lázaro. Durante todo o dia fiéis passaram pela igreja para prestar sua devoção ao santo das enfermidades. Além de padroeiro dos enfermos, São Roque também é o santo padroeiro dos médicos cirurgiões e protetor dos gados.

Omulú é responsável tanto pela cura, quanto pela disseminação de doenças infectocontagiosas. Se no interior da igreja os católicos o comemoram, na área externa os adeptos da religião africana também se reúnem em comemoração ao santo protetor. Do lado de fora, membros dos terreiros de Candomblé próximos à igreja realizam a lavagem das escadarias. A fusão dos dois lados do culto ao santo nos dá um belo exemplo da perfeita harmonia entre as religiões afro e católica, mostrando que o que realmente vale é a fé que brota do povo. Sendo ainda que este ano , numa completa miscigenação de culturas, os adeptos do candomblé puderam adentrar no templo e assim reverenciarem juntos o santo do dia, numa das mais belas reuniões ecumênicas até então acontecida onde o sagrado e o profano ocuparam o mesmo lugar no sacro espaço, maravilha de se ver, beleza de se ter!

Nesta manifestação de origem católica portuguesa foi realizada uma missa, tríduo e solene procissão em louvor ao segundo padroeiro da Igreja de São Lázaro. Presença ativa do candomblé, que homenageou Omolu com lavagem da escadaria da igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca. A festa de São Roque, é uma das tradições compartilhadas nas diversas regiões do Engenho Velho da Federação e Federação, bairros de Salvador.

Em algumas casas de santo, as pipocas são estouradas em panelas com areia da praia aquecida, lembrando a relação desse orixá com Iemanjá, chamado respeitosamente de tio, principalmente pelo povo da casa branca. Afinal, conta a história que Omolu, muito doente, foi abandonado num rio perto da praia por sua mãe Nanã, por ele ter nascido com grandes deformidades na pele. Iemanjá o tomado como filho adotivo e o curou das doenças. Seu amor materno por ele foi tão grande, que ela o criou como seu próprio filho. Por isso, são realizadas oferendas a Omolu nas areias das praias do litoral brasileiro. Vestido com palha da costa e com contas nas cores vermelha, preta e branca, Omolu dança o opanijé, dança ritual marcada pelo ritmo lento com pausas, enquanto segura em suas mãos o xaxará, instrumento ritual também feito de palha-da-costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança, Omolu espanta os eguns, (espíritos dos mortos) e afasta as doenças, com movimentos rituais.

Omolu também possui relação com Iansã, em especial Oyá Igbalé, qualidade de Iansã que costuma dançar na ponta dos pés e direciona os eguns para o reino de Omolu.

Junto a Nanã Buruque e Oxumaré, forma a família de orixás dahomeana, costuma ser reverenciado às segundas-feiras e sincretizado com os santos católicos São Lázaro e São Bento de Núrsia, patrono da boa morte.

Tanto São Lázaro quanto Omolu são ligados à cura de doenças epidêmicas e rituais de limpeza do corpo. São Lázaro é representado como um santo mendigo cheio de feridas. Conta-se que ele vivia no abandono por sua pobreza e doença, obrigando-lhe a mendigar à porta de um rico, insensível à sua pobreza. A morte, no entanto, os iguala, pois no céu as posições se invertem. Assim como São Lázaro, a história de Omolu também passa pelo desamparo. Conta-se que ele foi abandonado no mar por seus pais por causa de seu corpo cheio de feridas. Iemanjá o salva e, com folhas de bananeira, protege seu corpo, por isso sua representação no candomblé traz roupas de palha, fila (capuz), xaxará e búzios.

Atotoó Obaluaiê! Atotoó meu Pai, Salve São Roque! Socorrei-nos nas nossas horas de dor e curai nossas enfermidades do corpo e da alma! Louvado seja S. Roque na plenitude do seu dia! A ti meu respeito e saudação! Abençoa a todos nós, com sua mão divina!

Ao leitor internauta, o meu abraço e gratidão pela atenção que tem me dedicado! A Paz de Olorum com todos! Até a próxima postagem!

Quem sou eu

Minha foto
Pedagogo por formação, terapeuta holístico cuja mediunidade aflorou aos 5 anos de idade e desde então vêm crescendo na sua trajetória de vida voltando-se aos estudos da espiritualidade. Alia a mística e a ciência para ajudar a aqueles que o procuram para auxiliar na transposição de obstáculos que a vida a eles impõe.

Além de terapeuta holístico (registrado na Ordem dos Terapeutas Holísticos do Brasil, sob cadastro OTH015), numerólogo, também é adepto do Candomblé e tem como Orixá Iansã, Deusa dos Raios, a qual é regente da vida dele: “Em Iansã, deposito toda fé e confiança! “ – palavras de Alyryo.

Aqui, ele esclarece sobre aspectos desta Entidade, através de artigo publicado na revista 'A História dos Orixás' páginas 50 a 52(Clique aqui para acessá-las).

Aqueles que tiverem dúvidas, curiosidades ou mesmo questionamentos sobre assuntos inerentes a:

Numerologia,

Cartomancia,

Jogo de Búzios(IFÁ),

Psicanálise Holística,

Terapia de Vidas Passadas(TVP)

Poderão dirimi-las em contato direto com este médium-vidente pelo e-mail:'alyriobrasileiro@yahoo.com.br'ou pelo tel: (71) 8158.4582 sendo estes também os contatos para marcação de consultas
( que também podem ser feitas por telefone)

Ao Internauta:

Este blog é um canal aberto entre mim e o público em geral. Para que possamos nos comunicar e discutir sobre temas vários como o Candomblé, religião da qual sou adepto a 27 anos.
Nele também estão postadas reportagens feitas comigo pela imprensa baiana e paulista aos quais falo um pouco sobre o meu trabalho como terapeuta e como médium, além de contar como tudo começou já na minha infância.
Espero poder contar com a colaboração de todos os internautas que o acessarem deixando seus comentários sobre as minhas postagens para que possamos crescer juntos em experiências e fazer novas amizades.
Em tempo, convido aqueles que desejarem conhecer mais sobre o meu trabalho que façam contato pelas vias aqui divulgadas.
Enfim, que este seja nosso ‘espaço virtual’ onde poderemos manter contato e estreitarmos nossos laços de amizade! Sejam todos bem vindos!"

Obrigado Amigos! Ultrapassamos a marca dos 1.000 acessos!

Ultrapassamos a marca de 1.000 acessos ao nosso Blog! Dado este pontuado desde o seu lançamento em Junho de 2010 e nesta oportunidade gostaria de agradecer o apoio de todos os que o acessaram e que nos deram retorno das postagens que realizei durante o período.

Fico muito feliz com a aceitação do trabalho, o que me estimula a prosseguir usando este canal de comunicação com o mundo, onde posso expressar minha ideias e opiniões ao tempo em que também me possibilita saber o que pensa o público que me procura tanto presencial quanto virtualmente. Fora a oportunidade de falar sobre a minha religião o Candomblé, da qual sou adepto a 27 anos na qual ponho toda fé e dela me considero um instrumento de ajuda para aqueles que dela tanto necessitam.

Gostaria que me enviassem sugestões de temas que vocês gostariam de ver comentados por mim no blog e que também me ajudem a divulgar a existência desta nossa via de comunicação.

Mais uma vez agradeço as visitas, críticas e sugestões: através destas é que crescemos e aprendemos sempre! Que Olorum ilumine os nossos caminhos!

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