Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. Todos a temos em diferentes graus e tipos. Em certos indivíduos mais sensíveis à influência espiritual, esta se apresenta de forma mais ostensiva, enquanto que, em outros, ela se manifesta em níveis mais sutis.
A mediunidade permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, propiciando o intercâmbio e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. É uma linha de comunicação entre os encarnados (vivos) e os desencarnados (mortos), permitindo uma percepção de pensamentos, vontades e sentimentos.
Possui uma finalidade de alta importância, pois graças a ela que o homem se conscientiza de suas responsabilidades de espírito imortal. Pela mediunidade, o homem tem a antevisão de seu futuro espiritual e, concomitantemente, das diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que absorve do contato mantido com os desencarnados.
A mediunidade não depende de lugar, idade, sexo ou condição social e moral. Sendo inerente ao ser humano, pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente da doutrina religiosa que abrace. A história revela grandes médiuns em todas as épocas e todos os credos.
A ideia da ação dos espíritos sobre os seres encarnados sempre existiu desde as épocas mais remotas da vida humana na Terra. Todas as religiões pregam sobre a ação dos espíritos de forma direta ou indireta e nenhuma nega completamente estas intervenções. Inclusive, criaram dogmas e cerimônias relativas a elas, como promessas (pedir alguma forma de ajuda para um espírito em troca de um sacrifício) e exorcismos (cerimônia religiosa para afastar o “demônio” ou os espíritos maus).
Estamos, mediunicamente, entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque muitos espíritos habitam os mesmos espaços em que vivemos, muitas vezes nos acompanhando em nossas atividades e ocupações, indo conosco aos lugares que frequentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme os atraímos ou repelimos.
Vivemos cercados por espíritos e sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo grau de afinidade que mantivermos com eles. Inúmeros espíritos benfeitores também se comunicam conosco, por via inspirativa ou intuitiva, todas as vezes em que nos dispomos a ser úteis ao nosso próximo.
A Mediunidade é coisa séria e, possuindo-a, devemos procurar suavizar os sofrimentos alheios. Ao desenvolvê-la, lembremo-nos de que ela nos é dada para liquidarmos mais suavemente os pesados “débitos” que contraímos em existências passadas e para servirmos de guia aos irmãos que se encontram mais desajustados espiritualmente. Todavia, ela também pode entrar em desarmonia causando no indivíduo a sensação de cérebro perturbado, de peso na cabeça e ombros, nervosismo, irritabilidade, desassossego, insônia, arrepios (como se percebêssemos passar alguma coisa fria), sensação de cansaço geral, calor (como se encostássemos em algo quente), falta de ânimo para o trabalho e profunda tristeza. Precisamos usar nosso bom senso para percebermos com clareza se os sintomas supra citados são frutos de uma obsessão espiritual, indicando uma mediunidade desequilibrada, ou o resultado de uma auto obsessão, um desequilíbrio nosso mesmo, gerando neuroses e outros tipos de distúrbios. Muitas vezes, a ajuda de um psicólogo, é necessária.
Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a mediunidade se desenvolve naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca, o qual nos afeta com suas vibrações psíquicas e afetivas, no processo de relação. Ela não se desenvolve de um dia para o outro, logo, devemos ter muita paciência. Sem perseverança, nada se alcança, pois o desenvolvimento exige que sejamos sempre persistentes. Educar e desenvolvê-la é aprender a usá-la. Para que sejamos bem-sucedidos, devemos cultivar virtudes como a bondade, a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus e, se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas funções mediúnicas, mais cedo ou mais tarde sofreremos decepções.
Quando a mediunidade aflorar sem um preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo para que os fenômenos se disciplinem e ele empregue acertadamente sua faculdade. Não se deve colocar em trabalho mediúnico aqueles que apresentam perturbações ou que possuam desconhecimento sobre o assunto. Primeiramente, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar no aspecto psíquico.
É fundamental que o médium busque sua reforma íntima com sinceridade. Através de uma compreensão maior acerca da vida, despertando sentimentos como compaixão, respeito, humildade etc, e da prática da caridade. O médium deve ser amigo do estudo e da boa leitura, moderado e cultivar a oração diária, pois ela é um poderoso reforçador espiritual e um excelente exercício de higiene mental. A todos, uma semana de êxitos! Abraço!
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