sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pombagira, a Sedução

Desde os primórdios da humanidade, exercitamos a arte da Sedução. O que seria então esse mágico poder de encantar ao outro com fins de atingir determinados objetivos? Estaria no jeito de olhar, de falar, de sorrir? Incógnita que paira no ar e nos levar a refletir. Foi por esse misterioso poder que Adão mordeu o fruto proibido, 'seduzido' por Eva e esta última pela serpente, representante do mal. Esse dentre tantos exemplos presentes na História e nas lendas. No Candomblé, temos tal poder personificado nas Pombas-Giras, que são Exús fêmeas ligadas a sexualidade e a magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.
As Pombagiras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH. Cada uma atende por um nome diferente( rainha das 7 catacumbas, Maria Padilha, etc.)
Maria Padilha é uma das principais entidades do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, considerada a Rainha das Pombagiras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das Marias. É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido nas Kimbandas.
Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.
Maria Padilha é uma Pombagira poderosa capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As mulheres que trabalham com esta entidade tem uma personalidade muito forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes. Amam como ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros amorosos. É a protetora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros, gosta de festas e dança.
As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis. Os seus trabalhos são geralmente despachados em encruzilhadas em “T”. Os sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha e cabra. A saudação: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”).
Maria Padilha, tem vários nomes: Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga; Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas; Maria Padilha Rainha dos Infernos; Maria Padilha Rainha das Almas; Maria Padilha das Portas do Cabaré; Maria Padilha Rainha das 7 facas; Maria Padilha Rainha da Figueira dentre outros. O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela.
É a Rainha do reino da Lira(Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda), também conhecida como "Rainha do Candomblé" ou Rainha das Marias.
Rainha do Candomblé não pelo culto africanista aos Orixás, senão por ser essa palavra sinônimo de dança e música ritual.
Devemos dizer que a Pomba Gira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos Iorubás. Ela pode ter muitos maridos, que se tornam seus escravos ou empregados.
Em terras bantas é originalmente chamada de "Aluwaia-Pombagira", esta é uma palavra africana de um idioma do povo banto (Angola), erroneamente confundido por algumas pessoas desinformadas com palavras do português "pomba, um pássaro" e "gira, sentido de rodar".
É bonita, jovem, sedutora, elegante, feminina, mas também tem vidência, é certeira e sempre tem algum conselho para aqueles que estão sofrendo por um amor, mas também é usada sua força para desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar varias doenças.
Ela gosta de ser respeitada e admirada e é ponta de agulha: quem brinca com ela geralmente vai morar na sepultura!
Sua característica principal é ser festeira. Adora festas com ritualísticas e alegria, daí à ser chamada de Rainha do Candomblé. Prefere bebidas suaves, vinhos doces, licores, cidra, champagne, anis, etc.
Gosta de cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim também como lhe atrai o luxo, o brilho, destaque, flores e perfumes, usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras.
A Pombagira, cultuada nos candomblés, é um desses personagens muito populares no Brasil. Sua origem está nos candomblés, em que seu culto se constituiu a partir de entrecruzamentos de tradições africanas e européias.
Na língua ritual dos candomblés angola (de tradição banto), o nome de Exu é Bongbogirá. Certamente Pombagira (Pomba Gira) é uma derivação de Bongbogirá, e o nome acabou por restringir-se à qualidade feminina de Exu.
Dona Pombagira, que tem um lugar muito especial nas religiões afro-brasileiras, pode também ser encontrada nos espaços não religiosos da cultura brasileira: nas novelas de televisão, no cinema, na música popular, nas conversas do dia a dia.
O Candomblé cultua a veneração aos orixás, não fazendo distinção entre o bem e o mal no sentido judaico-cristão, uma vez que seu sistema de moralidade se baseia na relação estrita entre homem e orixá, relação essa de caráter propiciatório e sacrificial, e não entre os homens como uma comunidade em que o bem do indivíduo está inscrito no bem coletivo.
A Pombagira tem jeito de prostituta, ora do bordel mais miserável ora de elegantes salões de meretrício, jogo e perdição; vez por outra é a grande dama, fina e requintada, mas sempre dama da noite. Nas religiões afro-brasileiras, todo o cerimonial é cantado ao som dos atabaques, geralmente também dançado. As cantigas dos candomblés são instrumentos de identidade das entidades. Assim, canta-se para Pombagira quando ela chega incorporada:
De vermelho e negro/Vestida na noite o mistério traz/Ela é moça bonita/Oi, girando, girando, girando lá”
Se, por vezes, tanto Exus como Pombagiras podem vir muito elegantes e amigáveis, jamais serão, entretanto, confiáveis e desinteressados. Todo mundo tem medo de Exu e Pombagira, ou pelo menos diz que tem. Desconfia-se deles, pois, se de fato são entidades diabólicas, não merecem confiança, mesmo quando deles nos valemos. Fazem questão de demonstrar animosidade.
Pombagira vem sempre para trabalhar e trabalhar contra aqueles que são seus inimigos e inimigos de seus devotos. Considera seus amigos todos aqueles que a procuram necessitando seus favores e que sabem como agradecer-lhe e agradá-la. Deve-se presentear Pombagira com coisas que ela usa no terreiro, quando incorporada: tecidos sedosos para suas roupas, nas cores vermelho e preto, perfumes, jóias e bijuterias, champanhe e outras bebidas, cigarro, cigarrilha e piteiras, rosas vermelhas abertas (nunca botões), além das oferendas de obrigação - os animais sacrificiais (sobretudo no Candomblé) e os despachos deixados nas encruzilhadas, cemitérios e outros locais, a depender do trabalho que se faz, sempre iluminados por velas vermelhas, pretas e, às vezes, brancas.
Para ser-se amigo e devoto de Pombagira é preciso ter uma causa pela qual ela possa trabalhar, pois é o feitiço que a fortalece e lhe dá prestígio:
Não há guardador de santo que admita trabalhar para o mal. O mal, quando acontece, é sempre uma consequência do bem, pois as situações que envolvem os Exus são sempre situações contraditórias.
Amores mal resolvidos, traições matrimoniais dentre tantas outras 'peripécias do coração' podem ser resolvidas pelas Pombagiras, mas sabendo o recorrente a ela que terá que agradá-la e respeitá-la para obter suas graças. A Ela, meu respeito em sua Magnitude! A Paz de Olorum conosco! Até a próxima postagem!

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Quem sou eu

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Pedagogo por formação, terapeuta holístico cuja mediunidade aflorou aos 5 anos de idade e desde então vêm crescendo na sua trajetória de vida voltando-se aos estudos da espiritualidade. Alia a mística e a ciência para ajudar a aqueles que o procuram para auxiliar na transposição de obstáculos que a vida a eles impõe.

Além de terapeuta holístico (registrado na Ordem dos Terapeutas Holísticos do Brasil, sob cadastro OTH015), numerólogo, também é adepto do Candomblé e tem como Orixá Iansã, Deusa dos Raios, a qual é regente da vida dele: “Em Iansã, deposito toda fé e confiança! “ – palavras de Alyryo.

Aqui, ele esclarece sobre aspectos desta Entidade, através de artigo publicado na revista 'A História dos Orixás' páginas 50 a 52(Clique aqui para acessá-las).

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