O
Candomblé surgiu no Brasil da segunda metade do século XVI, advindo
da África. O cenário encontrado aqui era triste, pois chegavam aos
portos brasileiros inúmeros navios trazendo seres humanos tratados
como animais desprezíveis e mercadorias muito valiosas: os
africanos.
Esse
comércio escravagista reuniu no Brasil cerca de quatro milhões de
africanos, dando lugar a um modelo de religião chamado Candomblé,
significando culto e oração.
Naquela
época, os senhores de engenho proibiam toda e qualquer manifestação
religiosa dos escravos. Como os Senhores impunham a religião
católica, os mesmos tiveram que enganar seus donos, criando assim o
sincretismo religioso, onde santos da igreja católica, por terem
estórias de vida parecidas com as dos orixás, foram utilizados.
Surgiu então o sincretismo religioso. Exemplos disso é Iansã
sincretizada com Santa Bárbara e os Ibejis, sincretizados com Cosme
e Damião.
Talvez
por vir de uma situação de proibição no passado, bem como da má
interpretação de seus dogmas e conceitos, nós os adeptos do
Candomblé, até hoje sofremos preconceito dentro da sociedade.
Segundo
a constituição brasileira, todo e qualquer brasileiro tem direito a
prática religiosa sem descriminação. O que não acontece na
realidade. Vivemos em um cenário cada vez maior de intolerância
religiosa. Creio que essa intolerância seja devido ao
desconhecimento da cultura, dos rituais e da religião em si.
Sabemos
que Deus é unigênito. É um ser Sagrado e Perfeito. Não importa o
nome que seja dado a Ele. Deus, Oxalá, Jeová, Emanuel... Todo ser
humano que Nele crê, cultua o mesmo Deus, diferenciando única e
exclusivamente a forma de culto.
As
igrejas evangélicas nos julgam como adoradores do diabo. Creio que
este julgamento seja forte demais. No Candomblé cultuamos o mesmo
Deus que eles cultuam.
Quando
se vai a uma igreja evangélica, pode ser dito que “Você tem um
encosto”, “Fizeram uma obra de feitiçaria para acabar com a sua
vida”, “Tem trabalho feito para você, por isso sua vida está
ruim”.
O
que muitas pessoas provavelmente não sabem ou esquecem, é que a
maldade, a inveja, o ódio estão no coração do ser humano e não
nos espíritos.
O
Espiritismo hoje, infelizmente tem sua imagem denegrida por pessoas
que fazem dele um comércio, que enganam as pessoas, que pegam
quantias de dinheiro absurdas e nada fazem para ajudar e sim para que
a pessoa sempre precise dela, e assim pegar mais dinheiro.
Certa
feita me perguntaram porque um Exu, nunca deixa de ser um Exu: porque
eles nunca evoluem espiritualmente se tornando um ser de luz? ....
Refleti e cheguei a conclusão que Exus são vistos como seres do
mau, mas são os espíritos mais parecidos com o ser humano. Se você
recompensar uma criança e pedir para ela atirar pedras na vidraça
do vizinho, ela certamente o fará; Se você pedir qualquer coisa
para um Exu, e prometer uma vela para ele, ele também vai fazer o
que você pediu, seja o bem ou mal para alguém. O motivo pelo qual
os Exus nunca evoluem no seu grau espiritual é simples: Se um Exu
atender 10 pessoas num dia, uma vai pedir uma coisa boa, ou um bem
para alguém, com esse pedido bom ele ganha luz. Mas o pouquinho de
luz que ele ganhou com essa boa ação ele perde em seguida com as
outras nove maldades que vão pedir a ele.
O
bem ou o mal que existe no espiritismo, não está relacionado tanto
aos médiuns, mas principalmente as pessoas que vão em busca de
maldade e desgraça para o próximo.
Geralmente,
são raras as pessoas que pedem o bem para outrem, mais comum que
peçam para si próprias. Os indivíduos chegam com ódio no
coração. Querem transformar a vida daquele 'ex' num inferno porque
foram abandonadas, querem que aquela pessoa que as incomodam no
trabalho perca o emprego e coisas desse tipo.
No
Candomblé, existe um fundamento que considero como mais importante
que é tudo o que você faz para alguém você recebe em dobro. Ou
seja, se você faz o bem, coisas boas acontecem a você. Caso
contrário, coisas más lhe acontecerão.
Portanto,
não é a forma de cultuar ao Nosso Deus que vai determinar se uma
pessoa é boa ou má. Índole é algo de muito particular e a crença
apenas congrega pessoas que acreditam nos mesmos dogmas e conceitos,
sendo cada um responsável por si e consequentemente pelos próprios
atos.
Daí,
porque então discriminar esta ou aquela religião e suas formas de
culto?
Aproveito
o momento para deixar a todos um ponto de reflexão:
“Todos
temos duas pessoas dentro de nós. Uma má e uma boa. Elas vivem numa
constante luta pela sobrevivência. Só sobreviverá aquela que você
mais alimentar!”
A
Paz de Olorum com todos vocês! Até a próxima postagem!
Parabéns! É divino ver pessoas inteligentes e esclarecidas como você! Felicidades e sucesso! Fique com Deus!
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