Desde
os primórdios da humanidade, exercitamos a arte da Sedução. O que
seria então esse mágico poder de encantar ao
outro com fins de atingir determinados objetivos? Estaria no jeito de
olhar, de falar, de sorrir? Incógnita que paira no ar e nos levar a
refletir. Foi por esse misterioso poder que Adão mordeu o fruto
proibido, 'seduzido' por Eva e esta última pela serpente,
representante do mal. Esse dentre tantos exemplos presentes na
História e nas lendas. No Candomblé, temos tal poder personificado
nas Pombas-Giras, que são Exús fêmeas ligadas a sexualidade e a
magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.
As
Pombagiras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH. Cada uma atende por
um nome diferente( rainha das 7 catacumbas, Maria Padilha, etc.)
Maria
Padilha é uma das principais entidades do Candomblé, da linha da
esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, considerada
a Rainha das Pombagiras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das
Marias. É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é
conhecido nas Kimbandas.
Ela
é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que
em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.
Maria
Padilha é uma Pombagira poderosa capaz de auxiliar em problemas de
amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As
mulheres que trabalham com esta entidade tem uma personalidade muito
forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes. Amam como
ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros
amorosos. É a protetora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo.
Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus
longos cabelos negros, gosta de festas e dança.
As
suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número
ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis. Os seus
trabalhos são geralmente despachados em encruzilhadas em “T”. Os
sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha e cabra. A saudação:
Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”).
Maria
Padilha, tem vários nomes: Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da
Kalunga; Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas; Maria Padilha
Rainha dos Infernos; Maria Padilha Rainha das Almas; Maria Padilha
das Portas do Cabaré; Maria Padilha Rainha das 7 facas; Maria
Padilha Rainha da Figueira dentre outros. O maior segredo para pedir
e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no
respeito por ela.
É
a Rainha do reino da Lira(Lira é uma cidade africana, que fica nas
fronteiras orientais do Reino Baganda), também conhecida como
"Rainha do Candomblé" ou Rainha das Marias.
Rainha
do Candomblé não pelo culto africanista aos Orixás, senão por ser
essa palavra sinônimo de dança e música ritual.
Devemos
dizer que a Pomba Gira representa o poder feminino feiticeiro,
comparável com as Iyami Oxorongá dos Iorubás. Ela pode ter muitos
maridos, que se tornam seus escravos ou empregados.
Em
terras bantas é originalmente chamada de "Aluwaia-Pombagira",
esta é uma palavra africana de um idioma do povo banto (Angola),
erroneamente confundido por algumas pessoas desinformadas com
palavras do português "pomba, um pássaro" e "gira,
sentido de rodar".
É
bonita, jovem, sedutora, elegante, feminina, mas também tem
vidência, é certeira e sempre tem algum conselho para aqueles que
estão sofrendo por um amor, mas também é usada sua força para
desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar varias doenças.
Ela
gosta de ser respeitada e admirada e é ponta de agulha: quem brinca
com ela geralmente vai morar na sepultura!
Sua
característica principal é ser festeira. Adora festas com
ritualísticas e alegria, daí à ser chamada de Rainha do Candomblé.
Prefere bebidas suaves, vinhos doces, licores, cidra, champagne,
anis, etc.
Gosta
de cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim também como lhe
atrai o luxo, o brilho, destaque, flores e perfumes, usa sempre
muitos colares, anéis, brincos, pulseiras.
A
Pombagira, cultuada nos candomblés, é um desses personagens muito
populares no Brasil. Sua origem está nos candomblés, em que seu
culto se constituiu a partir de entrecruzamentos de tradições
africanas e européias.
Na
língua ritual dos candomblés angola (de tradição banto), o nome
de Exu é Bongbogirá. Certamente Pombagira (Pomba Gira) é uma
derivação de Bongbogirá, e o nome acabou por restringir-se à
qualidade feminina de Exu.
Dona
Pombagira, que tem um lugar muito especial nas religiões
afro-brasileiras, pode também ser encontrada nos espaços não
religiosos da cultura brasileira: nas novelas de televisão, no
cinema, na música popular, nas conversas do dia a dia.
O
Candomblé cultua a veneração aos orixás, não fazendo distinção
entre o bem e o mal no sentido judaico-cristão, uma vez que seu
sistema de moralidade se baseia na relação estrita entre homem e
orixá, relação essa de caráter propiciatório e sacrificial, e
não entre os homens como uma comunidade em que o bem do indivíduo
está inscrito no bem coletivo.
A
Pombagira tem jeito de prostituta, ora do bordel mais miserável ora
de elegantes salões de meretrício, jogo e perdição; vez por outra
é a grande dama, fina e requintada, mas sempre dama da noite. Nas
religiões afro-brasileiras, todo o cerimonial é cantado ao som dos
atabaques, geralmente também dançado. As cantigas dos candomblés
são instrumentos de identidade das entidades. Assim, canta-se para
Pombagira quando ela chega incorporada:
“De
vermelho e negro/Vestida na noite o mistério traz/Ela é moça
bonita/Oi, girando, girando, girando lá”
Se,
por vezes, tanto Exus como Pombagiras podem vir muito elegantes e
amigáveis, jamais serão, entretanto, confiáveis e desinteressados.
Todo mundo tem medo de Exu e Pombagira, ou pelo menos diz que tem.
Desconfia-se deles, pois, se de fato são entidades diabólicas, não
merecem confiança, mesmo quando deles nos valemos. Fazem questão de
demonstrar animosidade.
Pombagira
vem sempre para trabalhar e trabalhar contra aqueles que são seus
inimigos e inimigos de seus devotos. Considera seus amigos todos
aqueles que a procuram necessitando seus favores e que sabem como
agradecer-lhe e agradá-la. Deve-se presentear Pombagira com coisas
que ela usa no terreiro, quando incorporada: tecidos sedosos para
suas roupas, nas cores vermelho e preto, perfumes, jóias e
bijuterias, champanhe e outras bebidas, cigarro, cigarrilha e
piteiras, rosas vermelhas abertas (nunca botões), além das
oferendas de obrigação - os animais sacrificiais (sobretudo no
Candomblé) e os despachos deixados nas encruzilhadas, cemitérios e
outros locais, a depender do trabalho que se faz, sempre iluminados
por velas vermelhas, pretas e, às vezes, brancas.
Para
ser-se amigo e devoto de Pombagira é preciso ter uma causa pela qual
ela possa trabalhar, pois é o feitiço que a fortalece e lhe dá
prestígio:
Não
há guardador de santo que admita trabalhar para o mal. O mal, quando
acontece, é sempre uma consequência do bem, pois as situações que
envolvem os Exus são sempre situações contraditórias.
Amores
mal resolvidos, traições matrimoniais dentre tantas outras
'peripécias do coração' podem ser resolvidas pelas Pombagiras, mas
sabendo o recorrente a ela que terá que agradá-la e respeitá-la
para obter suas graças. A Ela, meu respeito em sua Magnitude! A Paz
de Olorum conosco! Até a próxima postagem!