Um
tema tão antigo e ao mesmo tempo tão atual: a Traição.
Principalmente nos dias atuais, com a mudança de valores pelos quais
passaram a sociedade atual, a liberação da mulher, a permissividade
na criação dos jovens dentre outros vetores que incidem no
comportamento humano, nunca tal assunto esteve tanto em voga.
Podendo
estar nas entrelinhas de qualquer nível de relacionamento, esta
postagem será pautada na traição em relações amorosas,
responsável muitas vezes por atos insanos que podem levar a morte a
quem o motiva.
Conhecemos
a traição em relações comerciais, a traição por falta de
palavra e, principalmente, a "traição" nas relações
afetivas e, intimamente ligada a esta, a "traição" de não
cumprir as expectativas alheias.
O
amor não pode é negócio, nem é político e nem estratégico, não
pode ser assegurado sob qualquer circunstância. O amor, quando é
novo e recente, resulta de alguma interação vibratória com outrem
ou, quando é antigo, é fruto da memória. Amor é simplesmente
afeto, um sentimento, uma emoção, as vezes passageiro e volátil,
as vezes sólido durante os tempos, é oriundo dos instintos naturais
ou, na decorrência, memorização e mentalização. O amor se
manifesta no cio e na relação entre parentes ou amigos, tem a sua
qualidade animalesca e também humana. São inexplicáveis os seus
motivos quando psicológicos, regidos por elementos do inconsciente.
A causa primeiríssima, porém, deve estar na bioquímica e nos
hormônios, antes de se ter tornado psicológico, baseado, então, em
experiências anteriores e preferências formadas, criando, desta
maneira, o Karma.
Pode-se
quebrar contratos sobre termos objetivos, pode-se faltar a uma
palavra dada, pode-se mudar de estratégia ou de política, porque
alteraram-se as metas ou os contextos. Mas, é impossível ser
traído o verdadeiro amor, pois ele não é racional, não há nele
objetividade alguma. O verdadeiro amor quando consciente, quando
situado na dimensão do espírito, é sinônimo de Afeto e Compaixão,
é o cio transformado em condição espiritual. É por isso, que ele
tende a ser estável depois de ter sido estabelecido firmemente no
coração, e é por isso, que ele não pode ser traído. A sua
verdadeira essência torna-se transpessoal no homem, uma maneira de
ser, dom de pessoas espiritualmente evoluídas e ativas. A sua origem
deve estar proveniente de afinidades bioquímicas, a sua flor, porém,
é o Amor Universal na consciência do homem espiritualizado.
O
Amor não tem índole material, não é comparável a um tesouro:
dividido e compartilhado com outros e muitos, ele aumenta, ganha
volume, sentido e presença, harmoniza e abençoa. Monopolizado, quer
dizer: recebido por alguém em estágio inferior da evolução da
consciência, ele se torna objeto de posse, parece menos por ser
dividido, causa ciúme e ódio, razão para desavenças
intermináveis, inclusive os prejuízos materiais decorrentes.
O
cio é do animal, o ouro é do Homem-Ego, o amor é do espírito
evoluído. Nós homens todos temos estas facções dentro de nós, em
porcentagens e formas diferentes.
O
que adianta acusar o parceiro de traição? Será que posso
condicioná-lo aos meus limites ou limitações, ao meu projeto-Ego
de vida ou à minha vaidade e o meu orgulho? O que se pode constatar
no caso e na acusação de uma suposta traição é, que estão se
relacionando dois seres em condições evolucionárias diferentes,
juntados pela ação do Karma, para cada um apreender com o outro.
O
ciumento deve apreender acerca da evolução espiritual e dos efeitos
benéficos da transpessoalidade, o acusado deve conscientizar-se dos
mesmos elementos e da sua própria posição, da onde partiu o motivo
da "traição".
O
Livre Arbítrio, como orientador de conduta, deve ser exercido com
muita consciência, aplicando os mesmos critérios para avaliação e
conduta a si próprio e ao próximo. Assumido com compaixão e
responsabilidade é a suma expressão da liberdade humana.
A
"traição" em si é um conceito racional, estágio
intermediário na evolução mental. Os filhos de Deus recebem Dele o
potencial do amor, tanto para recebê-lo quanto para dar.
Bem
aventurança espiritual, saúde física e suficiência material são
os prêmios do Universo para o verdadeiro amor, amadurecido durante
os estágios evolucionários da alma e praticado sem evasivas.
O
traidor e o traído hão de encontrar-se no fiel da balança, tal
dedo de Deus na ferida de todos nós, indicando o amor como sensor,
para melhor diferenciar, quando é difícil amar.
Qual
de nós nunca passou pelo sentimento de ter sido traído numa relação
amorosa? Por vezes, passamos por ela mais de uma vez. A verdade é
que nos fortalecemos a cada vez que saímos da tristeza que acompanha
a traição sofrida e até aprendemos com ela como lidar com a
próxima relação que viveremos. O que é a vida senão um período
de aprendizagem?
Caro
internauta, o remédio para uma traição amorosa não é a 'lavagem
da honra' com sangue de outro(a), nem mesmo 'pagar com a mesma moeda'
a dor sofrida, mas sim, levantar-se da queda, enxugar as lágrimas e
viver a vida normalmente, por mais doloroso que isso possa parecer e
quando se sentir apto,abrir-se para receber um outro ser na sua vida,
sem medo de se dar uma nova chance de se sentir feliz! Lembre-se
sempre que somos felizes fazendo o nosso próximo, feliz também! A
Paz de Olorum com todos! Até a próxima postagem!