“Ator, humorista e também pintor, Chico Anysio faleceu nesta sexta-feira, dia 23, vítima de problemas nas funções respiratória e renal, no exato ano em que comemora 65 anos de carreira, uma perda enorme para o país. Depois de diversas e complicadas internações, Chico deixa sua esposa Malga Di Paula e oito filhos.
Pouco antes de falecer, Chico Anysio passou por extensos problemas de saúde. Em dezembro de 2010, foi internado por uma obstrução da artéria coronariana e submetido à angioplastia. Nesta ocasião, Chico ficou 110 dias internado e afirmou ter "visto a morte com proximidade aflitiva". Em novembro de 2011, o humorista foi novamente internado, por causa de uma infecção urinária. Assim que recebeu alta e se dirigiu à sua casa, Chico precisou ser mais uma vez internado. Em 2012, os médicos diagnosticaram pneumonia e Chico precisou passar por um extenso tratamento sedado.
A sua morte deixa uma grande lacuna no cenário do Humor Brasileiro. Sua capacidade criativa é realmente brilhante. “Genitor” de inúmeros personagens, pautados na alma brasileira, Chico Anysio, através deles, retratou diversos tipos de personalidade com os quais muitos se identificam e riem se vendo representados em seus quadros, sem falar nos livros por ele publicados que contribuirão, agora, para a eternização do nome deste grande comediante, perpetuando-o por gerações.
Até para o cenário musical ele contribuiu com seu personagem “Baiano” da dupla com Arnon Rodrigues intitulada “ Baiano e os Novos Caetanos”, uma homenagem, suponho, ao cantor e compositor Caetano Veloso e ao grupo musical “Novos Baianos”, resultando este trabalho em um LP (Long Play) gravado nos anos 70, de grande aceitação e repercussão nacional.
Analisando do ponto de vista espiritualista, ele foi um exemplo de trajetória feliz na sua passagem terrena, uma vez que muitos sucumbem ao não suportar a carga a eles imposta pelo sucesso, interrompendo-a com o suicídio e/ou entrega as drogas. Pela sua longevidade, vê-se que tinha amor pela vida, pela família e, segundo testemunhos, ao próximo pois ajudou a muita gente a dar os primeiros passos de uma carreira de sucesso. A mídia publicou relatos de algumas dessas pessoas como Cláudia Guimenes, Tom Cavalcante, Tamara Taxman dentre outros que agradeceram ao humorista os incentivos e chances em suas carreiras.
Seria possível a sua 'volta' ao mundo terreno? O Candomblé diverge em opiniões sobre a tal possibilidade, ou seja, a de reencarnar.
Nos cultos afros, alguns se cientificam de que os orixás têm medo da morte (quem menos tem medo da morte é Iansã – minha mãe). Quando um filho ou filha-de-santo está próximo da morte, seu orixá praticamente o abandona. Esta pessoa já não fica mais possessa, pois seu orixá procura evitá-la.
O assunto de vida após a morte não é bem definido. O Candomblé , segundo algumas vertentes, não oferece qualquer esperança depois da morte, pois é uma religião para ser praticada somente em vida, segundo os defensores dessa corrente.
Conforme o site http://ocandomble.wordpress.com/2009/02/18/o-tempo-no-candomble/ .”Para os iorubás, os mortos devem reencarnar e, enquanto esperam pelo renascimento, habitam o mundo dos que vão nascer, que é próximo do mundo aqui-e-agora, o mundo em que vivemos, o Aiê. Esse mundo do futuro imediato é atado ao presente pelo fato de que aquele que vai nascer de novo tem que permanecer vivo na memória de seus descendentes, participando de suas vidas e sendo por eles alimentados nos ritos sacrificiais, até o dia de seu renascimento como um novo membro de sua própria família. Para o homem, o mundo das realizações, da felicidade, da plenitude é o mundo do presente, o Aiê, não havendo prêmio nem punição no mundo dos que vão nascer, o mundo dos mortos, pois ali nada acontece. Paga-se por crimes em vida e cumprem-se as punições pelas instâncias humanas. As punições impostas aos humanos pelos deuses e antepassados por causa de atos maus igualmente não o atingem após a morte, mas se aplicam a toda a coletividade à qual o infrator pertence, e isso também acontece no Aiê, numa concepção ética que está focada na coletividade e não no indivíduo, não existindo a noção ocidental cristã de salvação no outro mundo nem a ideia de pecado. O outro mundo habitado pelos mortos é temporário, transitório, voltado para o presente dos humanos. Nem mesmo a vida espiritual tem expressão no futuro. Os mortos ilustres – fundadores de troncos familiares e de cidades, heróis, reis, conquistadores, grandes sacerdotes – podem vir a ser cultuados como antepassados, os egunguns, passando a habitar o passado mítico, o passado distante localizado no Orum, onde vivem os deuses orixás, dos quais muitos são antigos heróis divinizados, cujo culto se desprendeu dos limites da família e se generalizou, sendo incorporados ao passado mítico de todo um clã, uma cidade, um povo, podendo vir a ter altares erguidos em sua homenagem até mesmo do outro lado do oceano, como aconteceu com muitos orixás na América.”
De onde concluímos que o mito 'Chico Anysio' foi criado com a sua morte, marcando seu nome na história do Humor Brasileiro, deixando a sua marca e seus ensinamentos àqueles que estão por vir, tornando-se exemplo a ser sempre lembrado quando se falar em criatividade e versatilidade o que seria uma forma de tê-lo de volta não deixando assim que ele seja levado ao esquecimento. Ao Chico, o merecido descanso e a você meu caro leitor, a benção de Olorum e muita Luz no seu caminho! Até a próxima postagem!