Vamos festejar! Canjica, bolo de carimã, amendoim entre outras deliciosas iguarias compõem a mesa e danças típicas da época são embaladas por acordes de sanfona, triângulo e zabumba. Brinca-se de adivinhação, passar anel e saltar fogueira num ambiente multicor iluminado por fogos que explodem pintando o breu das noites frias de junho como uma tela universalmente grande com pontos luminosos. No Nordeste do Brasil, se esquece os tempos de seca, a temperatura abaixa, principalmente no Sertão propiciando ao caboclo maroto pitando seu cigarro de palha a cortejar a morena faceira de longas tranças, levando-a a sonhar com o matrimônio, a se realizar em breve. Estamos em junho, quando comemoramos os dias dedicados a Santo Antônio, São Pedro e São João. Daí o nome dado ao período de 'Festas Juninas'. Observa-se no comércio um movimento maior até que do Natal entre os brasileiros nordestinos. Consomem-se fogos, roupas tipicas, comidas da época e sem falar na diversidade de sabores de licor que regam a festa. Enfim, época colorida e alegre de ser nordestino.
Apesar de se congregar os Santos Antônio, João e Pedro num mesmo mês, não há uma correlação entre a história deles. Santo Antônio, comemorado no dia 13 abre o ciclo de festas, cujo nome verdadeiro era Fernando de Bulhões, foi padre português , de família rica de cuja riqueza abdicou para viver em função dos pobres. Foi professor universitário e adquiriu fama pelos seus sermões. Na sua trajetória de vida lhe foram atribuídos feitos milagrosos apesar de sempre ter sido um homem doente. A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular. Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamentos, Santo Antônio ficou conhecido como o santo casamenteiro por ajudar moças humildes a conseguirem um dote e um enxoval para poderem se casar. Corresponde a Ogum no Candomblé. Já São João era filho de São Zacarias e de Santa Isabel, amiga de Nossa Senhora, mãe de Jesus. Daí explica-se o surgimento da festa de S. João:'Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se.
Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora, então, perguntou-lhe:
- Como poderei saber do nascimento do garoto?
- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa.
Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.
Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…
E, por falar nisso, também gostaria de contar porque existem essas bombas para alegrar os festejos de São João.
Pois bem, antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste, porque não tinha um filhinho para brincar.
Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias ia ser pai.
A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz, emudeceu até o filho nascer.
No dia do nascimento, mostraram-lhe o menino e perguntaram como desejava que se chamasse.
Zacarias fez grande esforço e, por fim, conseguiu dizer:
- João!
Desse instante em diante, Zacarias voltou a falar.
Todos ficaram alegres e foi um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados.
Lá estava o velho Zacarias, olhando, orgulhoso, o filhinho lindo que tinha…
São Pedro, foi o fundador da Igreja Católica, ' o Apóstolo e o pescador do lago de Genezareth, cativa seus devotos pela história pessoal. Homem de origem humilde, ele foi Apóstolo de Cristo e depois encarregado de fundar a Igreja Católica, tendo sido seu primeiro Papa.
Considerado o protetor das viúvas e dos pescadores, São Pedro é festejado no dia 29 de junho, com a realização de grandes procissões marítimas em várias cidades do Brasil. Em terra, os fogos e o pau-de-sebo são as principais atrações de sua festa.
Depois de sua morte, São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no paraíso, é necessário que o santo abra suas portas. Também lhe é atribuída a responsabilidade de fazer chover. Quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, é costume acalmá-las, dizendo: “É a barriga de São Pedro que está roncando” ou “ele está mudando os móveis de lugar”.
No dia de São Pedro, todos os que receberam seu nome devem acender fogueiras na porta de suas casas. Além disso, se alguém amarrar uma fita no braço de alguém chamado Pedro, ele tem a obrigação de dar um presente ou pagar uma bebida àquele que o amarrou, em homenagem ao santo.
A festa de São Pedro
Em homenagem ao santo, acendem-se fogueiras, erguem-se mastros com sua bandeira e queimam-se fogos; porém, a noite de 29 de junho não é tão empolgante quanto a animação verificada na festa de São João.
Também se fazem procissões terrestres, organizadas pelas viúvas, e fluviais, pois, como vimos, São Pedro é o protetor dos pescadores e das viúvas. Em várias regiões do Brasil, a brincadeira mais comum na festa é a do pau-de-sebo.'
O exposto nos mostra que mesmo de origens diferentes e de público de devoção diversas, temos a alegria em comemorá-los com muita alegria e fé, pois eles nos agracia com suas bençãos e zêlos. Portanto, veneremos a eles, dediquemos a eles nossas preces e louvores. Viva a Santo Antônio, a São João e a São Pedro! Até a próxima postagem! A paz de Olorum a todos.