domingo, 30 de janeiro de 2011

Odó-Iyá! Salve 2 de Fevereiro!

Esta semana, comemoramos, no dia 02 de fevereiro, o dia de Iemanjá, deusa das águas e da maternidade , assim comentaremos um pouco sobre mais esta entidade do Candomblé.

IEMANJÁ Deusa da nação de Egbé, nação esta Ioruba onde existe o rio Yemojá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela também pertence a fecundidade. Em todos os lugares, no dia 2 de fevereiro ou no ano novo fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá. É protetora dos pecadores e jangadeiros.

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ:

Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio" - Tomamos emprestada a descrição do arquétipo de Yemanjá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente a mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: "As filhas (e filhos) de Yemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".

No arquétipo psicológico, segundo o livro 'Os Orixás', publicado pela Editora Três, expandem-se as características insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Yemanjá. Também fica fácil entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.

Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo. Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.

São 16 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Aqui, no entanto, e por não haver concenso quanto a esta questão, e muito estudo e pesquisa ser ainda necessário, vamos encarar como qualidades de um único orixá.

Yemanjá Asdgba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Exu, rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano, tem afinidade com Nanã. Veste branco.
Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.
Yemanjá Ataramaba: Nessa forma ela está no colo de seu pai Olokun.
Yemanjá Ataramogba ou Iyáku: Vive na espuma da ressaca da maré.
Yemanjá Ayio: Muito velha. Veste sete anáguas para se proteger. Vive no mar e descansa nas lagoas. Come com Oxum e Nanã.
Yemanjá Iya Masemale ou Iamasse: É a mãe de Xangô e quem cuidou de Oxumarê. Esposa de Oranian e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Xangô. As suas contas são branco leitosas, rajadas de vermelho e azul.
Yemanjá Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowo: É uma das mais velha, possui ligação com Oxalá, o seu fundamento está no ori, representa a vida, pode curar doenças da cabeça. Veste branco e cristal.
Yemanjá Konla: O seu mito conta que ela afoga os pescadores.
Yemanjá Maleleo ou Maiyelewo: Esta Yemanjá vive no meio do oceano no lugar onde se encontram as sete correntes oceânicas.
Yemanjá Odo: Tem aproximação com Oxum, e vive na água doce sendo muito feminina e vaidosa.
Yemanjá Ogunté: Considerada a nova guerreira, dona da espada, esposa de Ogum ferreiro (Alagbedé) e mãe de Ogum Akorô e Oxóssi. O seu nome significa aquela que contém Ogum. Vive perto das praias, no encontro das águas com as pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ogum. Veste branco; azul marinho, cristal, ou verde e branco.
Yemanjá Olossá ou Bosá: Come com Oxum e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a Yemanjá mais velha da terra de Egbado.
Yemanjá Oyo: Benéfica, muito feminina, saudada na cerimónia do Padê, veste de branco, rosa e azul claro.
Yemanjá Saba: Fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá.
Yemanjá Sessu, Sesu, Yasessu ou Susure: Ligada à gestação. Voluntariosa e respeitável, mensageira de Olokun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluaiyê e Ogum. Além do próprio assentamento, tem que se assentar Oxum e Obaluaiyê. Veste branco, verde água e suas contas branco cristal.
Yemanjá Yinaé ou Malelé: Aquela que os filhos sempre serão peixes. Também conhecida como Marabô, mora nas águas mais profundas. É a sereia, ligada à reprodução dos peixes; vem sempre a beira do mar apanhar as suas oferendas; está ligada a Oxalá e Exú.

Dia da semana: Sábado

Cores: Branco, Azul, Prateado e Rosa

Saudação: Erù-Iyá! Odó-Iyá!

Elementos: Água (águas doces que correm para o mar e água do mar)

Domínio: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica

Instrumento: Abèbé Prateado (espécie de leque)

Lenda

Filha de Olokun, deusa do mar, Yemanjá era casada com Olofim-Oduduwa. Com quem tinha dez filhos Orixás. Por amamentar a todos, ficou com os seios enormes. Impaciente e cansada de morar em Ifé, ela saiu rumo ao oeste e conheceu o rei Okerê. Logo se apaixonaram e casaram. Envergonhada de seus seios, Yemanjá pediu ao esposo que nunca a ridicularizasse por isso. Ele concordou, porém um dia, embriagou-se e começou a gracejar sobre os enormes seios da esposa. Entristecida, Yemanjá fugiu.

Desde menina, ela trazia uma garrafa com uma poção, que a mãe lhe dera para casos de perigo. Durante a fuga, Yemanjá caiu quebrando a garrafa, a poção a fez se transformar em um rio cujo leito, seguia para o mar. Ante o ocorrido, Okerê que não queria perder a esposa, transformou-se numa montanha para barrar o curso das águas, Yemanjá pediu ajuda ao filho Xangô e este, com um raio partiu a montanha ao meio, permitindo assim que o rio seguisse para o oceano.
Daí vemos a riqueza e a beleza deste Orixá, bem como de seu poder junto a natureza e aos seus fillhos. A ela, portanto, devemos louvor e admiração para que sejamos dignos de suas benesses. Odó-Iyá! Bendita seja ela! Que nos acompanhe e nos proteja em nome de Olorum! Boa semana a todos! Abraço!


Referências:

domingo, 23 de janeiro de 2011

Depressão e Frustração

A qualidade de vida depende da felicidade, e esta, depende do nosso destino coincidir com nossa vontade. Mas esse evento não é tão simples como parece. A coincidência vontade-destino é mais abrangente do que a simples sucessão dos acontecimentos. Para ser completa a idéia de felicidade, os sentimentos devem ser, nesse momento, justamente aqueles que eu mais queria estar sentindo (agora). Isso quer dizer que não basta estar 'zen', num estado de tranquilidade, mas também estar satisfeito e sentindo que minha felicidade está plenamente presente. Também o prognóstico de vida faz parte da sensação de que as coisas continuarão sendo boas. Logo, as coisas devem estar sempre fluindo bem e assim continuar para estarmos felizes - a felicidade não deve ser uma qualidade a nós atribuida, mas sim um estado o qual devemos procurar preservar. Assim podemos dizer ESTAMOS FELIZES e não SOMOS FELIZES.
Falar em frustração não significa falar de algo doentio, mórbido. A frustração, é uma ocorrência universal e comum a todas pessoas conscientes das condições de sua existência, significa algo necessário ao amadurecimento e, consequentemente, ao desenvolvimento do sujeito, de sua relação com a sua realidade, com os outros e consigo próprio.
O ser humano, tal como os animais superiores, tende a fugir da dor e se aproximar do prazer. Portanto, há sempre uma pretensiosa tentativa de suprimir o sofrimento das frustrações ou das perdas. Entre as várias maneiras que o ser humano usa para essa fuga da dor, incluindo os mecanismos de defesa, as negações, compensações, etc, tudo isso como parte um leque de recursos interiores, recorre-se também à ajuda externa, algo de fora da pessoa. Nisso, o ser humano atual busca um “algo mágico”, lenitivo para seus sofrimentos, na expectativa que tem da medicina, da ciência e da tecnologia. São programas, técnicas, pílulas, terapeutas, meditações, alguma coisa milenar, práticas exóticas e alternativas, enfim, a sociedade dispõe de mil recursos aliviatórios.
Porém, não são poucas as hipóteses de ser saudável e até desejável, vivenciar os sentimentos proporcionados pelas adversidades da vida, pelas dificuldades e frustrações das relações humanas. Parece que quando existe excesso de investimento psicoterápico, excesso de intervenções farmacológicas, superproteção familiar, enfim, qualquer esforço sociocultural no sentido de dissimular e minimizar os sentimentos próprios dessas frustrações naturais da vida, a pessoa poderá não desenvolver a necessária capacidade de superar dificuldades existenciais.
Vivenciar perdas, experimentar a melancolia e a tristeza diante das frustrações são processos importantes para o amadurecimento psíquico e aprimoramento das relações sociais. A Depressão não pode ser compreendida como sinônimo do sentimento de tristeza e melancolia que qualquer pessoa experimenta diante das dificuldades e frustrações, mas sim, como um quadro patológico próprio e específico, relativamente emancipado dos eventos existenciais.
Há, sem dúvida, abuso e banalização do termo “depressão”. Mas nem toda sintomatologia encontrada na Depressão, assim como tristeza, desinteresse, apatia, perda de prazer com as coisas pode ser considerada doença depressiva ou algum transtorno do afetivo. Muitas vezes trata-se de um reflexo emocional de circunstâncias vivenciais frustrantes.
A busca do gozo e do prazer, o hedonismo dominante da sociedade moderna, quando não está continuamente presente na vida da pessoa, quando não mobiliza para o lazer, quando não se manifesta com extroversão, inquietação ou euforia, acaba causando um estranhamento capaz de fazer pensar em alguma coisa anormal, mórbida, patológica.
Essa grande variedade de frustrações impostas às pessoas por viver em um sistema como o nosso, costuma ser equivocadamente interpretado como Depressão, uma patologia dentro dos transtornos afetivos. Na realidade pode se tratar de um estado de frustração e desencanto com sintomatologia bastante semelhante à depressão.
Pela semelhança dos sintomas tais como apatia, desânimo, desinteresse, sensação de cansaço, pode ter também ansiedade, prostração, abatimento intelectual, moral, físico, letargia, estresse, melancolia, a depressão acaba sendo uma espécie de irmã gêmea da frustração. Na frustração, pela falta de um objeto (ou situação) pleiteado ou por um obstáculo externo ou interno não superado, a pessoa se priva da satisfação de um desejo, de um anseio ou de uma necessidade.
Esse distanciamento do prazer proporcionado pela frustração se assemelha, de fato, à Depressão. Mas a frustração é predominantemente existencial e a Depressão é predominantemente constitucional ou biológica. Sendo a frustração predominantemente existencial, supõe-se ser possível adaptar-se de alguma forma a ela, comportamentalmente ou cognitivamente. Assim sendo, frustrações são importantes para que as crianças aprendam a lidar melhor com privações de desejos, de prazeres, de caprichos ...
É correto acreditar que a pessoa frustrada está muito mais sujeita a deprimir-se do que a pessoa sem frustração, pois, tal como uma Reação Vivencial, os sintomas depressivos, incluindo a tristeza, seriam as reações emocionais diante da frustração. Da mesma forma, o inverso é verdadeiro, uma pessoa deprimida terá frustrações com mais facilidade, pois a sensibilidade afetiva dos deprimidos torna mais sofríveis e tristes as perdas vivenciais. As pessoas com perfil afetivo mais depressivo são aquelas que, geralmente, têm baixa tolerância à frustração, são rígidas e inflexíveis em seus valores, estabelecem metas difíceis para si mesmas. São intransigentes com elas mesmas e em seus julgamentos, experimentam culpa e se impõem sofrimentos.
A frustração é um sentimento de não-realização ou não-satisfação diante de um destino que se distancia da vontade. Aí, o mais correto seria chamar o quadro de tristeza, mágoa, aborrecimento, desespero. A criança também se desespera diante das dificuldades da vida e manifesta frustrações. E talvez esse evento seja fundamental para o desenvolvimento emocional, muito mais importante do que a privação total de frustrações proporcionada por pais super protetores.
Daí, concluímos que precisamos nos sentir felizes para que não nos sentirmos deprimidos por falta de algo material ou não que já poderia ser considerado uma possível patologia ou um mero estado de tristeza (comumente nos referimos a ela como uma 'fase passageira'). Portanto, meu caro leitor, procure estar feliz e emanar esta felicidade em gestos mínimos de seu cotidiano, atria bons fluidos. Eles vêm nas trocas que fazemos mutuamente no nosso conviver. Que Deus os abençoe!
Site de referência:

domingo, 16 de janeiro de 2011

Mãe Natureza, vilã?!

São assustadoras as cenas catastróficas que vimos nos últimos dias devido as chuvas torrenciais na região Sudeste do nosso país. O que víamos antes nas telas dos cinemas como atemorizador viraram realidade diante de nossos olhos estarrecidos. Vidas ceifadas, bens e entes perdidos. A enxurrada levou por água a baixo sonhos e esperanças de dias melhores.
No banco dos réus, a natureza e seus comparsas, os fenômenos aos quais culpamos e denominamos como 'desumanos'. Mas, não poderia ser esta uma reação a uma agressão e uma ameaça do próprio ser humano a sua mãe Natureza?Afinal, se temos um buraco na camada de Ozônio, este não abriu-se sem nenhuma causa aparente.
Em nome de um progresso desordenado, devastam-se florestas, por falta de uma consciência do bem comum, joga-se lixo nas ruas … entopem-se bueiros. Queimam-se pneus, libera-se na atmosfera a fuligem preta de indústrias e de automóveis. Constrói-se, desordenadamente, em encostas, sem preocupação com o solo que a compõe. Promovem-se queimadas para uma renovação da terra e outras tantas ações que levam a destruição do nosso meio ambiente e a culpa … é da natureza?! Creio que esta é antes de tudo uma vítima de nós que a agredimos a cada dia e as estas agressões ela reage com as forças que ela têm.
Portanto, não nos cabe culpar aos governantes ou mesmo a população em geral, mas sim de assumirmos, cada um a nossa parcela de culpa e procurar nos corrigir no tocante a forma como tratamos a natureza , evitando a poluição do meio ambiente, educarmos no sentido de evitar o acúmulo de lixo nas ruas e deixarmos de agredi-la no nosso cotidiano, para que os nossos herdeiros tenham um planeta no qual possam viver em harmonia com o seu habitat.
O futuro de nossas crianças depende de nós, adultos de hoje. Se soubermos preservar, estaremos garantindo o bem estar das futuras gerações. Logo, pensemos nisto antes de descartarmos lixo nas ruas ou de ferirmos o solo, enfraquecendo-o. A todos, uma excelente semana! Grande abraço!

domingo, 9 de janeiro de 2011

AMIZADE

Segundo o site Wikiquote ,  AMIZADE é um sentimento de grande afeição, de simpatia por alguém que não está necessariamente unido por parentesco ou relacionamento sexual. Fala-se que 'existem amigos para todas as horas'. Aqueles que servem e companhia para diversão, que são divertidos, alegres e nos fazem rir a todo tempo. Enquanto que a outros, nos quais confiamos nossos mais íntimos segredos e quando estamos tristes ou precisamos de um porto seguro ele alí está pronto para nos amparar e oferecer seu ombro para chorarmos as nossas mazelas.
A amizade é um sentimento crescente, que evolui com o passar do tempo e que a medida que este avança mais nos aproxima daquele ao qual chamamos de amigo. Situações difíceis são grandes oportunidades de nos aproximar de outro, quando, precisando de ajuda, encontramos aquela palavra solidária que nos ajuda a transpor tal dificuldade. Julgo ser o maior dos graus de amizade o que nutrimos por nossas mães e o destas por nós, nossas eternas cúmplices e companheiras, nosso primeiro referencial na Terra. Elas cuidam de nós, nos educa, nos dá carinho e nos prepara para a vida. São capazes de dar suas vidas por nós e fazer de tudo para nos ver felizes. Claro que , infelizmente, existem desvios e pessoas que agem de maneira controversa, mas o que se espera de uma 'amizade maternal' é que ela seja visceral, como a de Jesus Cristo e Maria, uma forma de amor incondicional.
A amizade pode estar presente também em formas adversas de vida, como a de nós por animais, desenvolvendo-se aí um tipo de amizade, por vezes advinda da convivência entre as duas espécimes diferentes de vida.
Mas, também existem as falsas amizades. Por vezes, convivemos durante um certo período de vida com alguém, fazemos o possível para auxiliá-la e esta, nos surpreende com uma decepção ou outra forma qualquer de desagrado que faz com que percamos a confiança depositada nela e nos leva ao desafeto. O que nos faz sentir muito mal, pela desilusão sofrida com aquela pessoa. Pessoas muito sensíveis podem chegar a depressão mediante tal situação.
Pode ser advinda da identificação de ideias , gostos e preferências e não tem lugar certo para nascer entre as pessoas. Podemos mesmo dizer que esta é fruto da casualidade e das situações mais inusitadas, podendo se sedimentar , criar corpo e forma e perdurar por toda a vida. Daí , devemos procurar, no nosso dia a dia, sermos corteses uns com os outros, sorrirmos ao nos cumprimentarmos … quem sabe daí não possa nascer uma nova amizade? Quanto mais amigos tivermos, melhor. Pois, infelizmente, estes possam ser voláteis em nossas vidas. Quantos e quantos conhecemos durante a nossa vida e que se perdem nos caminhos do destino? Logo, reciclar amizades é necessário para que tenhamos sempre amigos ao nosso redor.
Então, sorria, procure olhar fundo no olho do seu semelhante e se doe incondicionalmente … você poderá estar iniciando uma nova amizade e com ela uma nova história de vida. Um Feliz Ano Novo … com muitas amizades novas! Abraço!

sábado, 1 de janeiro de 2011

NOSSO SENHOR DOS NAVEGANTES

A festa de Nosso Senhor dos Navegantes é celebrada no último dia do ano em quase todas as pequenas cidades de pescadores do litoral nordestino, mas as maiores manifestações acontecem em Penedo, Alagoas, e em Salvador, Bahia nesta última ela é realizada no dia 1º de janeiro. De caráter religioso, a festa certamente foi introduzida no Brasil pelos portugueses católicos, mas a participação popular agregou a ela fortes características africanas. Na maioria das cidades em que acontece, a comemoração consiste numa procissão de barcos enfeitados com flores, fitas e bandeirinhas, um deles conduzindo a imagem do santo.

Na Bahia, não se sabe exatamente quando ela começou, já que inexistem documentos relatando a ocorrência. Supõe-se que a construção da capela da Boa Viagem, em 1750, seja a causa da devoção, embora outros acreditem na lenda de que tudo tem a ver com a promessa feita pelos sobreviventes de um naufrágio ocorrido nas proximidades de Salvador. Uma terceira corrente alega que essa comemoração foi iniciada quando a família real portuguesa chegou à Bahia, em 1808, mas de concreto, mesmo, sabe-se que embarque e desembarque da imagem de Nosso Senhor dos Navegantes, até 1890, eram feitos nas docas do Arsenal da Marinha, que cedia a embarcação para o traslado. Mas como a partir de 1891 isso foi proibido pelas autoridades, o transporte passou a ser feito em galeota mandada construir pelos fiéis, e que é utilizada até hoje, da mesma forma como se começou a usar o cais da alfândega.

Muitas descrições da festa de Nosso Senhor dos Navegantes já foram feitas. Dentre estas destacam-se a de 1951, pelo jornalista, poeta e colecionador Odorico Tavares (1912/1980), ao escrever “Bahia – imagens da terra e do povo”, disse que ‘Não pode haver espetáculo mais belo do que esse desfile de centenas de barcos através da baía de Todos os Santos, acompanhando a galeota do protetor dos navegantes, saindo do porto, indo até a entrada da barra e regressando à praia da Boa Viagem, em Monteserrate (...) Das muradas da cidade alta, do cais, das praias, a população vai ver o cortejo do santo protetor dos navegantes. Que nenhum visitante, nenhum turista que esteja na Bahia no primeiro dia do ano perca a cena soberba, pois jamais a esquecerá’.

Descrevendo o andamento da festa religiosa, Odorico relata que “Às vésperas do ano novo, à tarde, a imagem do santo é trazida da igrejinha de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Monteserrate. (...) A igrejinha tem uma bela fachada e é do século XVII. Dali vem o santo e é trazido até a Rampa do Mercado e levado em pequena procissão para a igreja da Conceição da Praia. A bela imagem da Conceição vem receber o Senhor dos Navegantes que pernoita na suntuosa igreja da cidade baixa. (...) Recolhida a imagem, no dia seguinte tem lugar a procissão. Rezada a missa solene na Conceição da Praia, demanda a imagem até o cais da Alfândega, com acompanhamento, inclusive das autoridades (...) Vai a imagem na sua galeota construída em 1891, por carpinteiros que a presentearam ao santo. É graciosa a galeota, com seu anjo na proa, toda pintada de branco, orgulhosa de conduzir o guardião de todos os navegantes. Está no cais cercada de centenas de embarcações, milhares de pessoas disputando lugares, grupos, batucadas, rodas de sambas formadas, belas morenas conduzindo melancias, mangas, cajus, todo o esplendor da música popular baiana ali arrebenta num louvor ao santo. Chegando a imagem, é conduzida para a galeota e esta puxada por uma lancha a motor. Começa a mover-se a procissão, velas brancas, azuis, vermelhas se levantam para o céu e aos poucos o cortejo toma forma e se conduz para os lados da Barra, singrando serenamente o lago azul em que está transformada a baía de Todos os Santos. Em cada barco, levantam-se os cânticos, o samba assume a sua maior grandeza e ninguém sente diminuição ou desrespeito ao santo, ele que abriga os navegadores das tempestades, os pescadores das iras de Iemanjá, que nos dias sinistros conduz a todos os que foram pegos desprevenidos ao porto de salvação. Deus deu alegria ao homem para expressar o seu agradecimento pela satisfação de viver. E o povo faz chegar o seu agradecimento a Deus pela sua música, pelas suas canções e pela sua alegria”.

Mais adiante, Odorico Tavares conclui: “Passam-se os anos, modificam-se tradições, mas o povo baiano, em sua plenitude, conhece o primeiro dia de cada ano exaltando ao seu Deus, que em tudo manda e rege, como também rege e manda nas águas do mar o Nosso Senhor dos Navegantes”.

Por sua vez, o falecido Leão Rozemberg, fotógrafo de extrema competência que atuou em Salvador, também dá seu depoimento sobre a festa em “Meu Senhor dos Navegantes”, texto publicado pelo jornal Última Hora em 1953:
 
Centenas e centenas de embarcações de todos os tipos deslizam mansamente nas verdes e serenas águas da baía de Todos os Santos nesta primeira manhã do ano. (...) É a festa dos navegantes que se está realizando. Todos os homens do mar, barqueiros, doqueiros, estivadores, pescadores, marítimos, etc., participam da grande festa em homenagem ao padroeiro dos navegantes. E o seu ponto alto é a grande procissão marítima que realizam todos os anos conduzindo a imagem do Senhor dos Navegantes, acompanhado por centenas de embarcações as mais variadas, predominando, sobretudo, os barcos e saveiros que, com suas brancas velas, dão um colorido impressionante ao cortejo (...) A procissão dos navegantes tem o seu início no dia 31 de dezembro quando a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é transportada, numa procissão menor, da igreja da Boa Viagem para a da Conceição da Praia. Na rampa do mercado é aguardada pela imagem de Nossa Senhora da Conceição, sendo então levada para a igreja da Conceição da Praia, que se encontra próxima. Na manhã de 1º de janeiro todas as embarcações se reúnem e partem do cais da praça Cairu. A procissão vai até a Barra, voltando em seguida sempre acompanhada pelo grande número de embarcações, para a igreja da Boa Viagem, conduzindo a imagem do Senhor dos Navegantes, que volta ao seu altar (...) Segundo se sabe, a tradicional procissão foi assim instituída pelos "costeiros" que faziam tráfego da Costa da África para a Bahia. Logo depois, passou a ser uma festa de todos os homens do mar. 

Por estas notáveis descrições podemos imaginar a beleza desta festa, de forte significado religioso e que se mantém viva por anos e anos, o que demonstra a fé popular no Santo, em especial em Salvador/Ba. A festa abre o calendário festivo que culmina com o Carnaval, logo estamos em festas! É tempo de comemorar e elevar os pensamentos a Olorum para que tenhamos um Ano de muitas realizações e venturas. O ano é de Oxum, mas Olorum é o Deus Supremo, o regente maior ao qual temos devoção. A todos, o meu desejo de um Feliz Ano Novo! Grande Abraço!


Quem sou eu

Minha foto
Pedagogo por formação, terapeuta holístico cuja mediunidade aflorou aos 5 anos de idade e desde então vêm crescendo na sua trajetória de vida voltando-se aos estudos da espiritualidade. Alia a mística e a ciência para ajudar a aqueles que o procuram para auxiliar na transposição de obstáculos que a vida a eles impõe.

Além de terapeuta holístico (registrado na Ordem dos Terapeutas Holísticos do Brasil, sob cadastro OTH015), numerólogo, também é adepto do Candomblé e tem como Orixá Iansã, Deusa dos Raios, a qual é regente da vida dele: “Em Iansã, deposito toda fé e confiança! “ – palavras de Alyryo.

Aqui, ele esclarece sobre aspectos desta Entidade, através de artigo publicado na revista 'A História dos Orixás' páginas 50 a 52(Clique aqui para acessá-las).

Aqueles que tiverem dúvidas, curiosidades ou mesmo questionamentos sobre assuntos inerentes a:

Numerologia,

Cartomancia,

Jogo de Búzios(IFÁ),

Psicanálise Holística,

Terapia de Vidas Passadas(TVP)

Poderão dirimi-las em contato direto com este médium-vidente pelo e-mail:'alyriobrasileiro@yahoo.com.br'ou pelo tel: (71) 8158.4582 sendo estes também os contatos para marcação de consultas
( que também podem ser feitas por telefone)

Ao Internauta:

Este blog é um canal aberto entre mim e o público em geral. Para que possamos nos comunicar e discutir sobre temas vários como o Candomblé, religião da qual sou adepto a 27 anos.
Nele também estão postadas reportagens feitas comigo pela imprensa baiana e paulista aos quais falo um pouco sobre o meu trabalho como terapeuta e como médium, além de contar como tudo começou já na minha infância.
Espero poder contar com a colaboração de todos os internautas que o acessarem deixando seus comentários sobre as minhas postagens para que possamos crescer juntos em experiências e fazer novas amizades.
Em tempo, convido aqueles que desejarem conhecer mais sobre o meu trabalho que façam contato pelas vias aqui divulgadas.
Enfim, que este seja nosso ‘espaço virtual’ onde poderemos manter contato e estreitarmos nossos laços de amizade! Sejam todos bem vindos!"

Obrigado Amigos! Ultrapassamos a marca dos 1.000 acessos!

Ultrapassamos a marca de 1.000 acessos ao nosso Blog! Dado este pontuado desde o seu lançamento em Junho de 2010 e nesta oportunidade gostaria de agradecer o apoio de todos os que o acessaram e que nos deram retorno das postagens que realizei durante o período.

Fico muito feliz com a aceitação do trabalho, o que me estimula a prosseguir usando este canal de comunicação com o mundo, onde posso expressar minha ideias e opiniões ao tempo em que também me possibilita saber o que pensa o público que me procura tanto presencial quanto virtualmente. Fora a oportunidade de falar sobre a minha religião o Candomblé, da qual sou adepto a 27 anos na qual ponho toda fé e dela me considero um instrumento de ajuda para aqueles que dela tanto necessitam.

Gostaria que me enviassem sugestões de temas que vocês gostariam de ver comentados por mim no blog e que também me ajudem a divulgar a existência desta nossa via de comunicação.

Mais uma vez agradeço as visitas, críticas e sugestões: através destas é que crescemos e aprendemos sempre! Que Olorum ilumine os nossos caminhos!

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